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sexta-feira, 25 de julho de 2025

PAA em Aral Moreira: Alimentos da terra para quem mais precisa

Redação

Executado pela Prefeitura de Aral Moreira, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tem fortalecido a agricultura familiar e contribuído diretamente para o combate à fome, por meio da compra de alimentos produzidos por agricultores locais e da distribuição a famílias em situação de vulnerabilidade social.

Em entrevista ao jornal A Gazeta, o engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura, responsável pelos projetos e gestor do PAA no município, Thiago Zico, explicou que os alimentos são produzidos localmente. “Temos a execução do PAA Hortifruti, que é do Assentamento Santa Catarina, e também temos o PAA indígena, executado na Aldeia Guassuty”,

A seleção dos produtores é feita por meio de credenciamento junto à Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), que exige cadastro na agricultura familiar e inscrição no CadÚnico, tanto para assentados quanto para indígenas. Após análise da documentação em Campo Grande, os produtores são habilitados conforme os recursos disponíveis.

Atualmente, são oito agricultores beneficiados em Aral Moreira — seis no assentamento Santa Catarina e dois na Aldeia Guassuty. O número é pequeno, mas significativo, considerando o resgate do programa. “Pegamos um programa que estava parado desde o ano passado. Os produtores produziram os alimentos e, como não foi executado, perderam a fé que aconteceria. Então tivemos que fazer uma mobilização aqui na Secretaria”, conta Thiago.

A produção ocorre diretamente nas propriedades dos agricultores, enquanto o processamento ainda enfrenta desafios. “Conseguimos alimentos não processados. Eles vêm in natura e fazemos a doação para o CRAS ou para Assistência Social. O beneficiamento e o processamento ainda não estão bem definidos, porque não temos como atender às exigências sanitárias no momento”, detalha o gestor.

A logística de captação também é responsabilidade da Secretaria de Agricultura. Os técnicos vão até os lotes, coletam os alimentos e os entregam à Assistência Social, que, por sua vez, repassa aos beneficiários cadastrados. “Trabalhamos desde o momento da implantação das culturas, com direcionamento técnico e assistência, até a coleta e entrega para as entidades sociais”, destaca Thiago. “Em suma, o papel da Secretaria de Agricultura é fazer a gestão do programa.”

Uma das metas atuais da pasta é fortalecer a organização social dos produtores, algo ainda incipiente no município. Segundo Thiago, a falta de mobilização dificultava o acesso a políticas públicas. Com ações de incentivo, a Secretaria conseguiu reestruturar uma associação antiga no assentamento, que agora servirá como base para futuras parcerias. O mesmo processo está sendo desenvolvido na aldeia.

“O plano da Secretaria é que a gente torne o Assentamento Santa Catarina e a Aldeia Guassuty em dois polos de produção de hortifruti e frutas”, projeta. A formação de pomares e o uso da despolpadeira de frutas da cidade fazem parte da visão de futuro.

Quanto aos beneficiários finais, o foco é atender famílias em situação de vulnerabilidade social, previamente cadastradas na Assistência Social. “O PAA é um programa muito importante porque ele trabalha em duas frentes de beneficiados: os agricultores familiares e as famílias que recebem os alimentos”, resume Thiago.

Aral Moreira tem como objetivo avançar na execução do Programa de Aquisição de Alimentos, unindo poder público e produtores locais para fortalecer a agricultura familiar e garantir segurança alimentar. Apesar do alcance inicial ainda modesto, o município já mostra organização e estrutura, enquanto busca superar desafios como o processamento dos alimentos e a ampliação do número de produtores beneficiados.

Fonte: Grupo A Gazeta

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