O município de Juti, no sul de Mato Grosso do Sul, fica pronto para receber entre os dias 1º e 3 de agosto de 2025 a 18ª edição da tradicional Feira de Sementes Nativas e Crioulas e Produtos Agroecológicos. Em sua nova etapa, o evento propõe fortalecer a conservação das sementes crioulas, reforçando a segurança alimentar e a agroecologia na região.
Retomada e importância histórica
Iniciada em 2005, por um grupo de mulheres de assentamentos lideradas pela Irmã Lucinda e apoiadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), a feira nasceu com o objetivo de incentivar a troca de sementes tradicionais, promover a agrobiodiversidade e resgatar saberes populares
Nas últimas edições, sobretudo a partir da 7ª (2011), houve crescente participação da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e da Embrapa, transformando o evento em um espaço que alia saberes populares e conhecimento técnico-científico.
Em 2015, durante a 11ª feira, foi inaugurado o Banco Comunitário de Sementes “Lucinda Moretti”, com apoio do CNPq, UFGD, Prefeitura de Juti e assentamentos locais – garantindo reserva genética e trocas durante todo o ano
Atuação e legado
Com percurso de mais de 17 edições, o evento se notabilizou como um catalisador de autonomia para pequenos agricultores, sobretudo de comunidades indígenas e assentados. Reuniões de três dias, oficina, palestras e mesa-redonda fizeram parte da programação desde 2014, evidenciando também o tema do cerrado.
Nos anos mais recentes, o evento ganhou ainda maior visibilidade, trazendo mais parceiros e expositores e alcançando amplo impacto na conservação de variedades regionais – ação reforçada pela atuação dos “guardiões de sementes”.
Importante registrar que, em 2024, o evento não ocorreu, retomando agora em 2025 com força renovada .
Programação da 18ª edição
A edição 2025 promete reunir:
- Troca solidária de sementes nativas e crioulas
- Oficinas práticas (produção de mudas, manejo agroecológico, PANCs, biocosméticos, entre outros)
- Palestras e seminários, com foco em conservação do cerrado e soberania alimentar
- Atividades culturais e de integração comunitária
- Apresentação das experiências do Banco de Sementes e homenagens à história do evento
A UFGD, CPT, Prefeitura de Juti, Embrapa, Instituto Cerrado Guarani e demais parceiros devem marcar presença, fortalecendo a articulação entre ciência, campo e comunidades tradicionais.
Por que participar?
- Preservar diversidade genética: A feira fortalece o cultivo de variedades adaptadas localmente.
- Troca de saberes: Agricultores, indígenas, estudantes e pesquisadores trocam experiências e técnicas.
- Engajamento comunitário: A participação ativa da comunidade local reforça o senso de pertencimento e cidadania.
Com 18 anos de história, a Feira de Juti é, mais do que um encontro anual, um símbolo da resistência agroecológica e do protagonismo popular na valorização da agrobiodiversidade.
Convidamos todos os interessados — de produtores rurais a estudantes e simpatizantes da agroecologia — a participar desse encontro. A 18ª Feira acontecerá em Juti (MS), de 1º a 3 de agosto de 2025. É tempo de semear o futuro, resgatar memórias e colher conhecimento!
Este evento representa uma importante ocasião para fomentar práticas sustentáveis, promover o diálogo entre agricultura familiar, comunidades tradicionais e instituições acadêmicas, e dar visibilidade à inestimável riqueza das sementes crioulas do nosso cerrado.
FONTE: ASCOM – Donny Rojas – MTB 1717/MS