Mato Grosso do Sul começa no próximo domingo (15) o período obrigatório de vazio sanitário da soja, que proíbe o plantio e a presença da planta nas lavouras por 90 dias. A medida, determinada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), vale para todo o Estado até 15 de setembro e tem como objetivo principal conter a ferrugem asiática — uma doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi que pode causar perdas de até 75% na produtividade da soja.
Durante o vazio sanitário, a presença de qualquer planta de soja, inclusive voluntária, estará proibida. A fiscalização ficará a cargo da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), em parceria com o Ministério. Produtores rurais que descumprirem a norma estarão sujeitos a autuações.
O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, reforçou a importância da iniciativa:
“A tratativa é baseada em pesquisas realizadas por instituições renomadas em nosso Estado, planejada para otimizar as práticas agrícolas e minimizar os impactos da ferrugem asiática”, afirmou.
De acordo com o Mapa, a ausência da soja durante esse período é fundamental para interromper o ciclo do fungo, que sobrevive apenas com a planta hospedeira. A ferrugem asiática se espalha rapidamente entre as lavouras, podendo comprometer seriamente a safra.
Lenon Lovera, consultor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), destacou que o vazio sanitário é uma das estratégias mais eficazes no controle da doença. “O cumprimento do vazio reduz a pressão da ferrugem na próxima safra e evita o uso excessivo de fungicidas”, explicou.
Na safra passada (2023/2024), Mato Grosso do Sul registrou 57 casos da ferrugem asiática, o segundo maior número do país, atrás apenas do Paraná, que teve 83 ocorrências. O município de Naviraí concentrou a maioria dos casos no Estado, com 16 registros. Em comparação, o Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, notificou apenas 16 casos no mesmo período.
O calendário oficial para a safra 2025/2026 começa em 16 de setembro e vai até 31 de dezembro. O Mapa reforça que o respeito aos prazos do vazio sanitário é essencial para garantir a sanidade das lavouras e minimizar prejuízos na produção.
Fonte: EnfoqueMS