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quinta-feira, 12 de junho de 2025

Aliança Láctea Sul-Brasileira discute avanços do setor em encontro sediado na Famasul

Reunião contou com representantes do RS, PR, SC e MS para discutir estratégias, avanços e desafios da cadeia do leite

A Famasul sediou na terça-feira (10) a reunião da Aliança Láctea Sul-Brasileira, sendo o primeiro encontro desde a entrada de MS no grupo de estados que buscam ampliar a produção e industrialização do leite na região. Representantes do setor produtivo, governo e entidades técnicas de várias regiões debatem o mercado com foco na consolidação de políticas e ações estratégicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva do leite.

Mato Grosso do Sul passou a integrar oficialmente a Aliança em outubro do ano passado e, desde então, tem dado importantes passos para ampliar sua participação na atividade leiteira com sustentabilidade, qualidade e competitividade.

O encontro contemplou discussões sobre o calendário de encontros em 2025, apresentação do Relatório Socioeconômico da cadeia do leite nos estados, análise dos impactos comerciais pós-tarifaço dos Estados Unidos, e atualizações sanitárias relacionadas à brucelose e tuberculose animal. Também foram discutidos o Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro e a valorização do produtor rural.

Mato Grosso do Sul vem avançando de forma significativa na cadeia produtiva do leite. Em 2024, o estado superou a marca de 190 milhões de litros produzidos, resultado que reflete o fortalecimento das políticas públicas voltadas ao setor. Um dos principais pilares desse desenvolvimento é a atuação do Senar/MS, que atualmente atende 28% das propriedades leiteiras do estado, totalizando 6.704 produtores assistidos com ações de capacitação e assistência técnica e gerencial.

Entre as iniciativas estratégicas, destaca-se o Projeto de Melhoramento Genético de Rebanhos Bovinos Leiteiros, desenvolvido em parceria com o Governo do Estado, que prevê um investimento de R$ 4,3 milhões até 2026. A proposta contempla a realização de duas mil inseminações artificiais em tempo fixo (IATF), 1.200 transferências de embriões e a distribuição de 427 animais – entre bezerras, novilhas e touros – a produtores selecionados dentro do Proleite. Toda a operação está sob responsabilidade do Senar/MS, por meio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), que também conduz o diagnóstico reprodutivo e a implementação de melhorias genéticas nas propriedades atendidas.

Outro destaque é o Pró-Leite, programa elaborado pelo Governo do Estado em conjunto com a Câmara Setorial da Cadeia do Leite. A iniciativa integra ações de melhoramento genético, apoio à indústria láctea, assistência técnica e gerencial, além do subprograma Leite Vida, voltado ao fortalecimento do setor com foco social. A meta é elevar a produção anual de leite em quatro milhões de litros no período de seis anos, com ganhos qualitativos e maior competitividade, especialmente para os pequenos e médios produtores. O investimento previsto é de R$ 70 milhões ao longo de dois anos.

Rumo à competitividade global

O setor lácteo sul-brasileiro, responsável por 41% de todo o leite industrializado sob inspeção, enfrenta desafios como a saturação do mercado interno, o baixo poder aquisitivo do consumidor e os altos custos de frete. A Aliança Láctea Sul-Brasileira propôs um Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro (PDCGL) para transformar a região Sul em um polo competitivo no mercado global, exportando produtos lácteos de maior valor agregado. Para isso foi delineado cinco eixos de atuação:

  • Produtividade: Incentivo à tecnologia, assistência técnica e pesquisa;
  • Qualidade: Conformidade com as INs e mais sólidos de leite;
  • Sanidade: Elevação do status sanitário e bem-estar animal;
  • Eficiência: Organização da cadeia produtiva para eficiência da indústria e dos produtores;
  • Exportação: Incentivos para acesso ao mercado externo.

Para atingir os objetivos estabelecidos em reunião, são sugeridas ações estratégicas como a regionalização e priorização de iniciativas em regiões com maior potencial, a redução da volatilidade de preços por meio de contratualizações e a melhoria da reputação dos lácteos brasileiros no exterior, com foco na rastreabilidade, certificação ambiental e bem-estar animal. A meta é também aprimorar a eficiência nas fazendas, com foco em melhorias genéticas, manejo e alimentação, e a organização estrutural e logística, através de contratualização e fidelização das relações produtor/indústria, formação e segmentação de fazendas de alta produção.

Fonte: Assessoria do Sistema Famasul – Ana Palma

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