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sexta-feira, 30 de maio de 2025

“Nossa carne é a melhor do mundo”, celebra Paulo Corrêa na Assembleia Geral da OMSA, em Paris

Após anos de trabalho contínuo, desde a restituição do status sanitário do MS, que envolveu o fortalecimento do sistema de vigilância sanitária, implantação de um programa de fiscalização de divisas e fronteiras, implementação do plano de comunicação, e investimentos em estrutura e contratação de pessoal, Mato Grosso do Sul alcança hoje um marco histórico: o reconhecimento como área livre de febre aftosa.

 “Isso representa um novo patamar para a pecuária sul-mato-grossense, que já era de excelência, de qualidade, mas que agora atinge novo status”, comemorou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Jaime Verruck, presente hoje (29), à cerimônia de anúncio de certificação ocorrida às 5h20 (horário de MS) e 11h20 (horário da França), durante a 92ª Sessão Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizada em Paris.

Uma comitiva do Governo do Estado liderada pelo secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, acompanhou a solenidade ao lado do secretário-executivo de Desenvolvimento Sustentável, Rogério Beretta, do diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal) Daniel Ingold, e equipe técnica. Também participaram da cerimônia a senadora Tereza Cristina (PP-MS), o presidente da Famasul Marcelo Bertoni e o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), representando a Assembleia Legislativa do Estado.

O deputado Paulo Corrêa exaltou o momento que insere a carne de Mato Grosso do Sul nos mercados mundiais mais exigentes. “Fico feliz de estar aqui. É uma briga que começamos a 20 anos, quando tivemos uma reunião do Circuito Centro-Oeste de Febre Aftosa em Cuiabá, inclusive, com a presença do Kenneth Martin, que era presidente do Sindicato Rural de Campo Grande e do hoje governador Eduardo Riedel. Estamos aqui para sermos testemunha desse grande avanço que conseguimos para nosso Estado. Nossa carne é a melhor do mundo.” comemorou o parlamentar.

“Nossa carne é a melhor do mundo”, celebra Paulo Corrêa na Assembleia Geral da OMSA, em Paris
Paulo Corrêa integra a comitiva que recebeu hoje em Paris o Certificado da OMSA

Além de Mato Grosso do Sul, outros 20 estados brasileiros e o Distrito Federal também receberam o status sanitário durante o evento. Até então, apenas Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso detinham esse reconhecimento.

O governador Eduardo Riedel comemorou a certificação. “É um dia muito feliz, histórico para todos nós, porque realmente desde 2005 que teve aquele foco de aftosa, foi uma longa trajetória para chegarmos hoje, 20 anos depois, com esse estado de livre de febre aftosa”, celebrou.

Riedel frisou a relevância e excelência do trabalho da Iagro nesta conquista. “Foi uma trajetória para conquistar isso, mais de R$ 250 milhões investidos na nossa Iagro, em pessoal, em recursos, inteligência. Uma das agências mais modernas do País hoje. Quem foi conhecer a sala de situação, a rastreabilidade, todo o acompanhamento do trânsito animal, essa seriedade de trabalho, que é a Iagro. A partir de agora, produtores vão ter mercados abertos, mercados nobres e agora temos que buscar esses mercados, porque isso amplia a nossa exportação, atrai investimento, gera mais emprego, agrega valor para os nossos produtos, não só para a pecuária bovina, de corte, mas também para a suína, extremamente importante para o nosso Estado”, enfatizou.

“Nossa carne é a melhor do mundo”, celebra Paulo Corrêa na Assembleia Geral da OMSA, em Paris

“É um momento histórico para Mato Grosso do Sul. Em 2005 tivemos a reintrodução do vírus da febre aftosa no Estado. Desde então, estruturamos nossas equipes, reforçamos as unidades de fiscalização, investimos na educação sanitária do produtor e mantivemos campanhas sistemáticas de vacinação. Nos últimos dois anos, suspendemos a vacinação e seguimos todos os protocolos internacionais. Agora, com o reconhecimento oficial da OMSA, abrimos uma nova etapa para o Estado, tanto do ponto de vista da sanidade animal quanto da ampliação de mercados”, destacou o secretário Jaime Verruck.

Trabalho integrado e vigilância permanente

De acordo com o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, a conquista é resultado do esforço conjunto com o Ministério da Agricultura e do comprometimento com o PNEFA – Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa.

“A Iagro teve papel fundamental em todas as etapas do processo: vigilância epidemiológica, controle de doenças, certificação sanitária, fiscalização, educação sanitária e ações de fronteira. Coletamos mais de 8 mil amostras de bovinos e ampliamos nossa equipe com mais de 50 novos fiscais agropecuários concursados. Essa conquista coroa o trabalho técnico e integrado feito nos últimos anos”, ressaltou Ingold.

Expansão de mercados

Com o novo status, Mato Grosso do Sul ganha acesso a mercados mais exigentes e potencializa sua competitividade internacional.

Em 2024, o Estado exportou cerca de US$ 1,278 bilhão em carne bovina, equivalente a 282,21 mil toneladas. Os principais destinos foram China, Estados Unidos e Chile, que concentraram 57,18% do valor exportado. Já no primeiro quadrimestre de 2025, as exportações somaram US$ 510 milhões, com destaque novamente para China (25,6%), EUA (22,76%) e Chile (13,52%).

No contexto nacional, o Brasil exportou em 2024 US$ 12 bilhões e 2,8 milhões de toneladas de carne bovina. As exportações sul-mato-grossenses representaram 9,97% do valor e 9,82% do volume total. Já nos primeiros meses de 2025, esses percentuais subiram para 11,26% e 11,23%, respectivamente.

“Esse novo status sanitário não beneficia apenas a bovinocultura. Também cria oportunidades para a suinocultura de Mato Grosso do Sul, que agora poderá acessar mercados restritos, como o Japão, antes exclusivos de estados como Santa Catarina. A certificação amplia nossas possibilidades comerciais e abre portas para mercados mais sofisticados e que remuneram melhor os nossos produtos”, explicou Verruck.

Novos investimentos para o setor

O reconhecimento também impulsiona o ambiente de negócios no Estado, especialmente no setor agroindustrial. “Com a abertura de novos mercados, o Estado se torna ainda mais atrativo para investimentos na cadeia produtiva da carne bovina e suína. Isso se reflete em novas oportunidades para a agroindústria e para o produtor rural. Mas é essencial que mantenhamos a estrutura de vigilância e o comprometimento de todos os envolvidos para garantir a permanência deste status no longo prazo”, finalizou o secretário.

Fonte: ConecteMS

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