As lavouras de milho da 2ª safra nas regiões Sul, Sudoeste e Sul-Fronteira de Mato Grosso do Sul apresentam, em sua maioria, boas condições de desenvolvimento, segundo o Boletim nº 609/2025 do Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio). Apesar do cenário positivo, os técnicos alertam para o risco de estiagem e geada ao longo do ciclo.
Na Região Sul, que compreende municípios como Dourados, Itaporã, Caarapó e Juti, 70% das lavouras estão em boas condições, 27% em situação regular e apenas 3% consideradas ruins. A fase fenológica observada vai de V8 a R6, com lavouras majoritariamente regulares. Entre as principais pragas registradas estão a cigarrinha (Dalbulus maidis) e a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda).
Já na Região Sudoeste, que inclui Ponta Porã, Antônio João e Laguna Carapã, 71% das lavouras estão em boas condições, 20% regulares e 9% ruins. O monitoramento mostra baixa incidência de plantas daninhas e doenças, embora tenha sido registrada a presença de percevejos e lagartas, como a Helicoverpa zea.
Na Região Sul-Fronteira, composta por municípios como Amambai, Aral Moreira, Coronel Sapucaia e Tacuru, 66% das lavouras estão em boas condições, 20% em condição regular e 14% em situação considerada ruim. O boletim aponta média incidência de pragas como pulgões (Rhopalosiphum maidis) e cigarrinhas, além de doenças como o enfezamento e a mancha-foliar.
Para o presidente do Sindicato Rural de Amambai, Douglas Peixoto, o cenário é promissor: “A segunda safra de milho deste ano promete ser uma das melhores dos últimos anos, com estimativa de produtividade média próxima a 100 sacas por hectare. A maioria das lavouras do Cone Sul estão em condições boas ou ótimas, o que reforça nossa expectativa positiva.”
Clima é fator decisivo
Apesar da boa evolução das lavouras até o momento, o risco de estiagem e possíveis geadas ainda é uma ameaça real para a produtividade final da safra. A recomendação é que os produtores mantenham atenção redobrada ao clima nas próximas semanas, sobretudo nas áreas em estágio mais avançado de desenvolvimento.
Sobre esse cenário, Douglas Peixoto pondera que a preocupação é válida, mas as previsões são favoráveis até aqui.
“Com a chegada da frente fria, naturalmente há preocupação, mas a maioria das previsões meteorológicas não indica ocorrência de geadas neste momento. Se conseguirmos avançar sem geadas até a segunda quinzena de junho, teremos condições ideais para garantir uma colheita muito satisfatória”, avaliou o presidente do Sindicato.
Fonte: Raquel Fernandes/A.N./Grupo A Gazeta