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domingo, 25 de maio de 2025

MS atinge status internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação e se consolida como potência agropecuária

Durante a 92ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que começou neste domingo (25) e prossegue até a próxima quinta-feira (29), em Paris, França, o estado de Mato Grosso do Sul será oficialmente reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação. A certificação está prevista para ser entregue no mês de junho, também na capital francesa.

A certificação representa um divisor de águas para o setor agropecuário do Estado, projetando a pecuária sul-mato-grossense no cenário econômico global, criando oportunidades de exportação para os mercados mais exigentes do mundo, como Japão e Coreia do Sul.

O deputado e primeiro-secretário, Paulo Corrêa (PSDB), representa a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul no evento, ao lado do secretário-executivo do Desenvolvimento Sustentável da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Rogério Beretta e do diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold.

MS atinge status internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação e se consolida como potência agropecuáriaPalestrantes deste domingo na 92ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal 

Marco Histórico

Produtor rural e 1º secretário da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB) classificou a certificação como um “marco histórico” para o desenvolvimento econômico do Estado. “Mato Grosso do Sul desenvolveu, por meio da Iagro, protocolos rigorosos, com vigilância intensa e a preparação de uma estrutura robusta para garantir a segurança do rebanho sem a necessidade da vacina. Essa certificação é um reconhecimento da nossa excelência sanitária e produtiva”, destacou o parlamentar.

O reconhecimento da OMSA, foi anunciado pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante audiência pública no Senado federal em março deste ano. “O reconhecimento da OMSA é esperado há mais de 50 anos. O Brasil cumpriu todos os requisitos”, confirmou Fávaro.

Segundo o Ministro, a medida vai potencializar a pecuária brasileira. “A certificação é uma exigência para o Japão, que remunera bem. Eles pagam US$ 8 mil por tonelada de carne. A China, por exemplo, paga US$ 5 mil por tonelada. É uma oportunidade a partir de certificado que vamos receber”, completou Fávaro.

Acesso aos Mercados Exigentes

O novo status sanitário do rebanho bovino de Mato Grosso do Sul foi conquistado após o cumprimento integral das diretrizes do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), que incluiu a suspensão da vacinação e a estruturação de um sistema de vigilância permanente.

Para atingir esse patamar, o Estado investiu fortemente em tecnologia, formação técnica, educação sanitária, aquisição de equipamentos, concursos públicos e na implementação de um novo modelo de gestão da defesa agropecuária.

“Essa certificação internacional é um marco importantíssimo para nossa pecuária, que já é referência na produção de carne com qualidade e sustentabilidade. Agora, com esse reconhecimento, teremos mais acesso aos mercados mais exigentes do mundo, o que vai gerar mais valor agregado aos nossos produtos e ampliar nossa competitividade internacional”, celebrou Paulo Corrêa.

Dono do 5º maior rebanho do país, Mato Grosso do Sul contabiliza cerca de mais de 18,8 milhões de cabeças. Os maiores rebanho estão no Pantanal. Corumbá agrupa o maior número de bois no Estado, com mais de 2 milhões de cabeças de gado, seguido por Aquidauana, com 853 mil. Na região leste, o destaque fica por conta do município de Ribas do Rio Pardo, com 826 mil cabeças de gado.

MS atinge status internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação e se consolida como potência agropecuáriaDiretor da Iagro, Daniel Ingold e o dep. Paulo Corrêa, na abertura do evento neste domingo em Paris

Conquista construída com décadas de trabalho

O deputado também fez questão de lembrar que essa conquista é resultado de um esforço coletivo que começou há décadas. “Essa caminhada começou lá atrás, quando o hoje governador Eduardo Riedel era presidente do Sindicato Rural de Maracaju e discutia o tema junto com o saudoso Kenneth Martin Coelho, então presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, dentro do Circuito Centro-Oeste de febre aftosa do Ministério da Agricultura. Eles estavam entre os pioneiros na defesa dessa mudança de paradigma”, destacou.

Além dos dois líderes, Paulo Corrêa destacou a participação ativa dos demais sindicatos rurais dos municípios sul-mato-grossenses, que foram fundamentais para a mobilização técnica e política do setor. O deputado também fez questão de ressaltar o papel da senadora Tereza Cristina (PP), no processo. “Na condição de Ministra da Agricultura, ela teve uma atuação fundamental para a conquista deste selo,” destaca o parlamentar.

Na avaliação do primeiro-secretário da Alems, a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), também foi importante, porque atuou de forma coordenada junto aos órgãos de governo, lideranças rurais e instituições sanitárias, garantindo a adesão ao processo em todas as regiões do Estado.

“Nada disso seria possível sem o engajamento direto dos nossos produtores rurais, que acreditaram no projeto, cumpriram os protocolos, confiaram nas autoridades sanitárias e apostaram num modelo de produção mais exigente, mas com maior retorno. Essa conquista é de todos eles”, afirmou o deputado.

Segundo Corrêa, a visão estratégica de lideranças do setor agropecuário e o comprometimento dos produtores e de sucessivos governos estaduais foram determinantes para que Mato Grosso do Sul alcançasse o reconhecimento internacional. “Foi um processo longo, que exigiu persistência, técnica e, acima de tudo, confiança na capacidade da nossa produção rural de se adaptar aos mais altos padrões de exigência sanitária do mundo”, complementou.

Carne de MS entre as melhores do mundo

Com o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, Mato Grosso do Sul se insere em um seleto grupo de regiões aptas a exportar carne para países que impõem rígidas barreiras sanitárias. A conquista beneficia não apenas a bovinocultura, mas também a suinocultura, a indústria frigorífica e toda a cadeia produtiva do agronegócio.

“O mundo está de olho em produtos seguros, sustentáveis e rastreáveis. Com essa certificação, Mato Grosso do Sul prova que está pronto para atender a essa demanda”, reforça Corrêa.

A expectativa do setor é que, nos próximos anos, o Estado possa ampliar sua fatia nas exportações de proteína animal, gerar mais empregos no campo e atrair novos investimentos nacionais e internacionais. Uma vitória construída com esforço coletivo, visão de futuro e compromisso com a excelência sanitária.

Fonte: Conecta MS

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