Na tarde desta quinta-feira (10), o Ministério Público Estadual (MPE) de Amambai realizou uma reunião com pais e responsáveis por alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), abordando as demissões de 55 professores de apoio da rede municipal de ensino. O encontro, conduzido pelo Promotor Dr. Tiago Barbosa, resultou na decisão de ajuizar uma ação civil pública pedindo a anulação das demissões e a manutenção dos profissionais de apoio nas escolas.
Durante a reunião, pais relataram que as demissões ocorreram sem aviso prévio, prejudicando o acompanhamento dos alunos. Muitos estudantes, especialmente autistas, já haviam criado vínculos afetivos com seus professores de apoio, e a troca repentina impactou diretamente a rotina escolar. Alguns responsáveis descobriram sobre a ausência dos profissionais através das próprias crianças ao retornarem da escola.
Diante da gravidade da situação, o Promotor Tiago Barbosa afirmou que, devido à urgência do caso, não seria possível tentar uma negociação com a prefeitura. “Como é uma demanda urgente, não há tempo para negociações com a Prefeitura. Vamos direto ao processo judicial”, explicou. Além de pedir a anulação das demissões, a ação civil pública também exigirá que a prefeitura disponibilize profissionais de apoio sempre que necessário, sem depender de nova intervenção judicial.
Os pais e responsáveis assinaram a ata da reunião, que será anexada à ação judicial. A comunidade escolar aguarda os desdobramentos do processo, esperando que o MPE consiga reverter as demissões e garantir a continuidade do suporte especializado nas escolas.
Nota oficial da Prefeitura
Antes da reunião, a Prefeitura de Amambai emitiu uma nota oficial, esclarecendo que as exonerações fazem parte de um procedimento padrão ao final de gestões, conforme previsto em lei. A prefeitura afirmou que nenhum aluno ou serviço será desassistido, e que os profissionais da educação estão aptos a serem remanejados, garantindo a continuidade das atividades escolares.
Sobre o atendimento aos alunos com NEE, a nota informou que 27 professores de apoio foram mantidos, e que a reorganização foi baseada no fato de que muitos alunos já conseguem acompanhar as aulas com o suporte das professoras regentes. As escolas municipais contarão com profissionais de apoio itinerantes, assegurando atendimento individualizado e coletivo.
Além disso, a prefeitura destacou que, atualmente, independentemente de laudos ou decisões judiciais, garante a presença de professores de apoio para alunos que necessitam de atendimento especializado. A atual alocação desses profissionais está sendo readequada para atender às demandas de forma eficiente, conforme as necessidades do município. A administração também assegurou que as salas de recursos multifuncionais continuarão funcionando normalmente até o final do ano letivo. (veja nota na íntegra)
Fonte: Redação Grupo a Gazeta
Fotos: Geovana Biron