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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Reduções de metas das contas públicas são “correções de rota”, diz secretário

Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias elaborado pelo governo propõe meta de déficit zero no orçamento de 2025 e revisa a projeção de outros anos

O secretário executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, afirmou nesta segunda-feira (15) que as reduções nas metas das contas públicas dos próximos anos são ajustes e “correções de rota”. Apresentado nesta segunda-feira, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025 estabelece meta de déficit zero para o próximo ano.

Segundo o secretário do Planejamento, os ajustes nos próximos anos traz mais “credibilidade” com metas mais “atingíveis”. No arcabouço fiscal, aprovado no ano passado, a meta era de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) a partir de 2025.

Agora, a previsão é de superávit apenas em 2026 de 0,25% do PIB. O projeto também prevê meta de superávit de 0,5% do PIB para 2027 e 1% apenas em 2028. Antes, o resultado superavitário de 1% chegaria em 2026; 0,5% do PIB em 2027 e de 1% em 2028.

“Não tem motivo para mudar o rumo do nosso transatlântico. O que a gente está fazendo é um pequeno ajuste nessas correções de rota, que é natural, mas mantendo obviamente o equilíbrio das contas públicas”, declarou Guimarães.

Ao justificar o salto do superávit previsto de 0,5% do PIB em 2027 para 1% apenas em 2028, o secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, afirmou que o governo trabalha com um “tripé” de ações.

“A perspectiva é que podemos atuar em três frentes. Podemos ter o acionamento da revisão do gasto. O objetivo é escalar. Podemos contar com o aumento de arrecadação que, por conservadorismo, por ora não foram incorporadas ao cenário fiscal de médio prazo. E também podemos contar eventualmente com essa melhoria do ambiente econômico”, disse.

Para o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, a política fiscal brasileira exige cuidados e é preciso “evitar retrocessos”. Segundo ele, o governo sofreu um “revés” neste ano com as mudanças anuladas da medida provisória sobre a reoneração da folha de pagamentos e dos municípios.

“Qualquer medida, por mais meritória que seja, que venha acompanhada de sua medida de compensação”, declarou Ceron.

A LDO estabelece as metas e prioridades para a elaboração do Orçamento para o próximo ano. O projeto da LDO deve ser enviado pelo Executivo ao Congresso até o dia 15 de abril de cada ano e os parlamentares têm até 30 de junho para analisar o texto.

A proposta antecede o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA), que é o Orçamento em si, com a estimativa de receita e a programação de despesas para o ano seguinte. Ambas precisam do aval do Legislativo.

Revisão de gastos

O projeto da LDO deste ano conta com um novo anexo sobre a revisão de gastos. A inclusão está de acordo com as práticas internacionais, segundo o secretário Paulo Bijos. As revisões miram três objetivos principais: reduzir a pressão das despesas obrigatórias, garantir recursos para políticas existentes e criação de novas e melhorar a qualidade do gasto público.

Como opções de melhoria e economia em potencial, a área econômica analisou ajustes em benefícios previdenciários e no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que somam cerca de R$ 37,3 bilhões de economia potencial até 2028, sendo cerca de R$ 9,3 bilhões por ano.

As duas alternativas, entretanto, já foram adotadas pelo governo no ano passado. Segundo Bijos, o objetivo do governo é “escalar” a revisão de gastos e que demais políticas públicas podem ser revistas eventualmente.

“Optamos por uma metodologia conservadora ancorada em achados de avaliação de auditoria. Por ora, temos só a incorporação de previdência, benefícios do INSS, e Proagro. Isso não significa que não daremos um passo além e subiremos novos degraus, porque esse é o objetivo”, declarou Bijos.

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