26.4 C
Amambai
sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Vespa que contaminava biofábrica vira biopesticida

2022-01-20 14:09:35

Vespa que contaminava biofábrica vira biopesticida

Uma vespa parasitoide de nome científico Habrobracon hebetor vinha causando uma série de transtornos em uma biofábrica da empresa Promip. Há cerca de três anos, o inseto provocou contaminações na unidade dedicada à multiplicação de outro inseto (Anagasta kueniella), matéria-prima central de mais dois agentes macrobiológicos: Trichogramma pretiosum (Trichomip) e Orius insidiosus (Insidiomip).

Monitorada e levada a laboratório para estudos macrobiológicos, logo após a Promip conseguir debelar a contaminação da biofábrica, a Habrobracon hebetor passou de ‘vilã’ da manufatura de bioinsumos a uma solução biológica de ponta, voltada ao controle natural de pragas nas culturas de tabaco e grãos armazenados, inclusive milho, soja e trigo. A vespa atua, agora, como o mecanismo de ação do bioinseticida Bracomip, que acaba de ser lançado.

“Está no DNA da Promip a percepção de que a natureza fornece as melhores alternativas para solucionar entraves de ordem agrícola com origem na própria natureza”, contou Marcelo Poletti, engenheiro agrônomo, entomologista e cofundador da Promip, ao portal especializado AgroPages.

De acordo com Poletti, o novo Bracomip conta com recomendações para controle de diferentes alvos biológicos, em várias culturas. Segundo ele, a vespa Habrobracon hebetor age como um potente inimigo natural das pragas traça-do-tabaco (Ephestia elutella), traça-do-cacau, (Ephestia cautela), traça-da-farinha (Ephestia kuehniella), traça-indiana-da-farinha (Plodia interpunctella) e traça-dos-cereais (Sitotroga cerealella).

“A traça-do-tabaco, por exemplo, provoca danos diretos e indiretos, com prejuízos econômicos relevantes à produção de tabaco. Mariposas da traça entram nos paióis e colocam ovos. Larvas eclodem e se alimentam da lâmina das folhas de tabaco curado. Em alta infestação, os ataques são intensos a ponto de sobrar somente nervuras e talos das folhas”, exemplifica Poletti.

Conforme o executivo, o novo Bracomip mostra eficácia também na proteção de itens agrícolas armazenados a granel e ensacados: grãos e sementes de trigo, milho, sorgo, aveia, arroz, centeio e cevada, além de amêndoas de cacau e farinhas de trigo e milho.

“Em todos os casos, é necessário fazer monitoramento preciso dos alvos biológicos de Bracomip. A primeira liberação das vespas parasitoides de Bracomip deve ocorrer, nas doses recomendadas em bula, tão logo constatada a presença de pragas, e repetida a cada duas semanas, por dois meses. Ou até que se confirme o controle total da infestação”, explica Poletti. Ainda conforme o executivo, o novo Bracomip recebeu registro dos órgãos reguladores no mês de setembro último e já está sendo comercializado.

 

Leia também

Edição Digital

Jornal A Gazeta – Edição de 15 de agosto de 2025

Clique aqui para acessar a edição digital do Jornal...

Enquete