2019-11-12 16:32:16
O dólar subiu nesta terça-feira (12), com os investidores acompanhando o discurso de Donald Trump, em busca de pistas sobre o avanço da guerra comercial contra a China. No entanto, as declarações do presidente dos Estados Unidos foram focadas na política de juros do país, sem abordar as disputas com os chineses.
A moeda norte-americana subiu 0,64%, a R$ 4,1679. Na máxima do dia chegou a R$ 4,187, maior cotação intradia desde 25 de setembro (R$ 4,1946). Em novembro, a moeda acumula alta de 3,28%. No ano, já subiu 6,90%. O discurso de Trump mais uma vez mirou o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) por sua política de taxas de juros, mas que não ofereceu novos detalhes sobre a longa guerra comercial de seu governo com a China.
O mercado segue aguardando detalhes específicos sobre a "fase um" de um acordo sob negociação, disse Jim Paulsen, presidente de investimento do The Leuthold Group à Reuters. "Ainda parece que estamos muito perto de ter algo fechado." Gabriel Botassini, operador do Bank of China, aponta ainda que a instabilidade em países da América Latina também afeta os negócios no mercado financeiro brasileiro. "Muitos investidores colocam a América Latina num pacote só e acabam não vendo a nossa história positiva", disse ao Valor Online. "A América Latina como um todo se mostra ambiente instável novamente, é só olhar o noticiário da Argentina, Bolívia e Chile."
No Brasil
Internamente, o mercado acompanhou ainda o noticiário político. "Há o reflexo do discurso um pouco agressivo do Lula", disse à Reuters Jaime Ferreira, diretor de câmbio da Intercam Corretora, sobre o movimento da moeda norte-americana nesta terça-feira. "A partir do momento em que o STF promulgou a decisão sobre a prisão em segunda instância, o mercado ficou mais insistente nessa questão, e neste momento vamos ter um pouco mais de pressão."
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi libertado na sexta-feira (8) da sede da Polícia Federal em Curitiba, onde estava preso desde abril do ano passado, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a prisão após condenação em segunda instância. A corte decidiu que, para que a pena de prisão comece a ser cumprida, é necessário que todos os recursos possíveis estejam esgotados, o chamado trânsito em julgado.
Ao deixar o prédio da Polícia Federal, Lula fez um discurso em que questionou a legitimidade da eleição de Jair Bolsonaro, e fez ataques ao ministro da Justiça, Sergio Moro, e ao coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.