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sábado, 9 de agosto de 2025

Trio ganha Nobel de Química de 2014 por avanço em microscopia

2014-10-08 13:05:00

O Prêmio Nobel de Química de 2014 foi oferecido nesta quarta-feira (8) a Eric Betzig, Stefan Hell e William Moerner por trabalhos que levaram a capacidade dos microscópios a um novo patamar.

Por décadas os cientistas assumiam que os microscópios ópticos teriam um limite de capacidade: ele nunca teriam resolução maior que metade do comprimento das ondas de luz. Com isso, era possível observar uma bactéria, mas não um vírus em detalhes, por exemplo.

O trio laureado desenvolveu técnicas que aumentaram consideravelmente a capacidade de observação de processos em seres vivosenquanto eles acontecem — em nível molecular. Assim, se hoje os pesquisadores são capazes, por exemplo, de enxergar como um neurônio faz a sinapse (comunicação) com outra célula neural, isso se deve ao trabalho dos premiados desta quarta.

"StefanStefan Hell, um dos ganhadores do

Nobel de Química (Foto: AP)

Um dos métodos desenvolvidos é o chamado STED, apresentado por Stefan Hell em 2000. Ele usa dois raios laser: um estimula moléculas fluorescentes a brilhar, e outro "apaga" toda a fluorescência que aparece fora do local que se deseja observar. Um escaneamento das moléculas tornada brilhantes pelo laser resulta em uma imagem de altíssima resolução.

Eric Betzig e William Moerner, que trabalharam separadamente, criaram as bases para outra metodologia, que se baseia em "ligar" e "desligar" a fluorescência de moléculas individuais e fazer diversas imagens com cada uma delas "acesa" ou "apagada". A justaposição dessas imagens resulta numa retrato de alta resolução da estrutura a ser observada.

As técnicas desses três cientistas hoje são amplamente usadas em pesquisa e aplicações médicas. Graças a elas foi possível, por exemplo, entender como determinadas proteínas se comportam em organismos de pessoas com doenças como Parkinson e Alzheimer. Novas descobertas usando o conhecimento produzido por eles são feitas diariamente.

Eric Betzig é americano e trabalha no Howard Hughes Medical Institute, no estado da Virgínia. Stefan Hell é alemão e atua no Instituto Max Planck para Química Biofísica, em Göttingen, e no Centro Alemão de Pesquisa de Câncer, em Heidelberg. William E. Moerner é americano e trabalha na Universidade Stanford, na Califórnia.

"AA série de três imagens exemplifica o ganho proporcionado pela técnica de Betzig. À esquerda, a imagem da membrana de um lisossomo, uma organela celular, feita com microscopia convencional. No meio, a mesma organela, em uma das primeira imagens feitas pelo cientista com seu novo método. À direita, uma ampliação dessa imagem revela as moléculas da membrana (Foto: Divulgação/Real Academia de Ciências da Suécia)

Confira abaixo os vencedores do Nobel de Química dos últimos anos:

2013: Martin Karplus(EUA-Áustria), Michael Levitt (EUA-Reino Unido) e Arieh Warshel (EUA-Israel)

2012: Robert Lefkowitz e Brian Kobilka (EUA)

2011: Daniel Schechtman (Israel)

2010: Richard Heck (EUA), Ei-ichi Negishi e Akira Suzuki (Japão)

2009: Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz (EUA), Ada Yonath (Israel)

2008: Osamu Shimomura (Japão), Martin Chalfie e Roger Tsien (EUA)

2007: Gerhard Ertl (Alemanha)

2006: Roger Kornberg (EUA)

2005: Yves Chauvin (França), Robert H. Grubbs e Richard R. Schrock (EUA)

2004: Aaron Ciechanover e Avram Hershko (Israel) e Irwin Rose (EUA)

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