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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Alimentação mais saudável: Sal escondido na comida exige cuidados

2012-11-09 12:39:00

O sódio é essencial para o bom funcionamento cardíaco, mas quando em excesso, pode oferecer riscos à saúde.

Pessoas que consomem muito sal podem desenvolver problemas como hipertensão, pedras nos rins, catarata e acidente vascular cerebral.

O nutricionista Marcelo Barros, do Instituto Nacional de Cardiologia, afirma que a quantidade de sódio recomendada para o consumo diário é de 2,4 gramas.

Entretanto, nem sempre as pessoas conseguem ter o controle do teor da substância, pois ela é um ingrediente dos alimentos industrializados.

Por isso o governo propôs um acordo com as empresas voltadas para o setor alimentício.

O documento, assinado pelo Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA), estabelece que temperos, caldos, cereais matinais e margarinas devem ter menor quantidade do elemento. A redução será feita aos poucos, até chegar à meta em 2015.

Barros explica que o sal é a principal fonte de sódio da nossa alimentação, mas ele não se encontra apenas nos alimentos salgados. Na indústria alimentícia, é usado muitas vezes como um conservante, e aparece até mesmo em bolos e biscoitos doces.

A agente administrativa Carolina Pires sabe disso e alimentos industrializados não fazem parte da sua lista de supermercado. “Prefiro alimentos naturais.

Como bastantes frutas. Durante o almoço, no restaurante do Ministério da Saúde, ponho no prato arroz, feijão, muita verdura e legumes e carne gralhada”, conta a funcionária do Fundo Nacional de Saúde (FNS).

Em casa, ela dispensa alimentos prontos no preparo da comida. “Dificilmente como macarrão”, revela Carolina.

Segundo o nutricionista Marcelo Barros, o sódio faz aumentar a pressão do sangue, e a hipertensão arterial é um problema de saúde crescente no Brasil.

Dados recentes do Ministério da Saúde estimam que 22,7% dos adultos brasileiros sofram com o problema, que aumenta o risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece o limite diário de consumo de sódio em 2 gramas – o que corresponde a 5 gramas de sal.

No entanto, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os brasileiros consomem, em média, 12 gramas de sal por dia.

Redução progressiva
O acordo feito pelo Ministério da Saúde com a Abia propõe a retirada de 8,8 mil toneladas de sódio dos alimentos selecionados até 2020. Para reforçar a proposta, o governo brasileiro também estabeleceu convênio com grandes nomes da indústria alimentícia no país.

O documento mostra que a maior meta da terceira etapa do plano, lançada em setembro, consiste em reduzir a quantidade de sódio presente na margarina vegetal, à estimativa é que a cada ano o teor diminua 19%.

Atualmente o produto pode possuir no máximo 1.660 miligramas de sódio a cada 100 gramas, mas até o próximo ano é esperado que a quantidade caia para 1.089 mg. No caso dos temperos em pastas, a redução prevista para o sódio é de 6,5% ao ano.

Na primeira etapa do acordo, lançado em agosto de 2011, o Ministério da Saúde pediu que o teor de sódio em alguns alimentos fosse reduzido e adotou um cronograma para o cumprimento da medida.

De acordo com o documento, o macarrão instantâneo, pão de forma, as bisnagas, o pão francês, a batata frita, o salgadinho de milho, o bolo pronto, a mistura para bolos, os biscoitos e a maionese deveriam apresentar menores quantidades de sódio.

Faça a sua parte
O nutricionista do Instituto Nacional de Cardiologia, Marcelo Barros, diz que precisamos cozinhar como na “época da vovó”, fazendo a comida em casa, sem temperos industriais.

“Use azeite e iogurte para fazem temperos para saladas. Amasse sal e alho para a semana toda e guarde na geladeira”, ensina. Marcelo Barros dá algumas dicas para quem diminuir o sódio da alimentação.

Retire o saleiro da mesa. Não acrescente sal à comida depois de pronta.

Fique atento aos rótulos e a quantidade de sódio de cada alimento.

Barrinha de cereal não é igual a fruta. A barrinha deve ser consumida com moderação porque contém sódio em sua composição.

Não abuse do shoyo na comida japonesa. A melhor forma de comer o peixe é assado, mas, se for a um restaurante japonês, escolha um lugar de confiança e prefira o shoyo light e em pouca quantidade.

Tire do cardápio conservas, enlatados e molhos prontos (catchup, mostarda, molho inglês, maionese, molho de tomate).

Cuidado com alimentos diet e light (gelatinas e refrigerantes, por exemplo) em excesso porque podem ajudar a emagrecer, mas são prejudiciais ao coração.

Troque os caldos artificiais por temperos naturais que podem ser muito saborosos como alho, cebola, limão, manjericão, orégano e alecrim.

Evite sopas prontas, inclusive as papinhas para bebês.

Troque biscoitos, principalmente os salgadinhos, por frutas e alimentos naturais.

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