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quinta-feira, 15 de maio de 2025

P. Porã: Família de professora assassinada manda carta a Lula

2009-09-26 15:21:00

Petição eletrônica já recebeu milhares de assinaturas cobrando esclarecimento sobre a morte da artista plástica e professora Gicela Maria Van Müller Brusamarello, sequestrada, torturada e assassinada a golpes de faca no dia 12 de agosto, em um sítio de Pedro Juan Caballero. O movimento é internacional e pretende enviar as assinaturas colhidas pela internet (clique aqui) às autoridades federais do Brasil e do Paraguai.

Passado mais de um mês, o caso ainda não foi solucionado e as poucas informações levantadas a respeito são desencontradas. A professora havia saído da Escola Estadual Joaquim Murtinho, onde dava aulas de Artes, passou pelo centro de Ponta Porã e depois, por alguma razão, foi a Pedro Juan Caballero, onde desapareceu.

Seu corpo foi encontrado por volta das 15h do mesmo dia, apresentado sinais de tortura, facadas na cabeça e marcas de estrangulamento. A bolsa com todos os documentos, cartões bancários e de crédito, objetos pessoais e telefone celular, desapareceu. O carro da vítima, um Peugeot Clio foi encontrado abandonado no centro de Pedro Juan Caballero.

Filha de Arthur Müller, antigo e já falecido comerciante de Canguçu, no Rio Grande do Sul, de onde era natural, Gicela morava havia vários anos em Ponta Porã, para onde se transferiu, casou e constituiu família. Além do marido, deixou os filhos Rafaela e Diego. Seu corpo foi transladado e sepultado em Canguçu.

Agora, a família colocou na internet um link para assinatura de uma petição solicitando às autoridades brasileiras intervenção junto às autoridades paraguaias para esclarecimento do crime.
Leia abaixo o teor da carta encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
 
Excelentíssimo Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil Palácio do Planalto
Praça dos Três Poderes
70150-900
Brasilia DF
Brazil Excelência:

A família da cidadã brasileira GICELA MARIA VAN GYSEL MULLER BRUSAMARELLO, professora e artista plástica, que residia na cidade de Ponta Porã/Brasil; sequestrada e levada para Pero Juan Caballero/Paraguay, onde foi barbaramente torturada e assasinada no dia 12 de Agosto de 2009, APELA às autoridades brasileiras para que intercedam junto à Procuradoria; à Policia de Pero Juan Caballero, bem como, junto ao Governo do Paraguay para que colaborem no sentido de que sejam entregues ao CONSULADO BRASILEIRO sediado em Pero Juan Caballero e à Policia Brasileira de Ponta Porã, sendo Delelgado o Dr. Clemir Vieira Junior (67-34311279), as cópias de fitas de video do Banco Integração; do banco BBVA; do Banco Regional; da Faculdade UNINORTE e do Hotel Eiruzu, contendo as imagens dos dias 11, 12 e 13 de Agosto de 2008 e a cópia do Inquérito e/ou documentos sobre a investigação em poder da polícia deo Paraguay. Todos esses estabelecimentos estão localizados no Paraguay, na cidade de Pero Juan Caballero.

Tais documentos e, principalmente as fitas, podem conter as imagens dos assasinos; uma vez que eles, após praticarem o horrendo crime e jogarem o corpo da vítima numa area rural de Sanja Pytã, Município de Pero Juan Caballero, trouxeram o carro marca Peugeot Clio, cor marron, placas HSJ 5354-Ponta Porã-, que pertencia á vítima. Veículo que continha e ainda deve conter as evidências do crime, abandonando-o perto da UNINORTE e HOTEL EIRUZU, na rua Mariscal esquina Maxi-Mercado, no centro da cidade de Pero Juan Caballero.

Os marginais, ao circularem na cidade conduzindo o veículo da vitima, afrontaram abertamente a população, a família e as autoridades, pois que agiam certos da impunidade: de que sairiam livres após o cometimento do horrendo crime.

À vítima era professora competente que lecionava, artes plásticas na Joaquim Murtinho para várias turmas, cidadã e mãe de família querida e admirada quer em Ponta Porã; quer em Pero Juan Caballero, tendo o crime causado grande comoção social e revolta. Logo após a descoberta o cadaver, no mês de Agosto próximo passado, estudantes, professores, autoridades e a população em geral fizeram passeata e pronunciamento no sentido de que os assasinos não permanecessem impunes. Exigem justiça!

Há sério receio de que as provas se percam e se inutilizem com o passar do tempo; que a impunidade dos criminosos prevaleça, pois que a Polícia do Brasil/Ponta Porã, está atuando apenas como colaboradora da Polícia de Pero Juan Caballero. Até a presente data, fluído mais de um mês tanto a Polícia do Brasil, quanto a família da vítima não têm recebido qualquer apoio e nem ciência do que, efetivamente, está ocorrendo no que se refere às investigações.

Por outro lado, o Brasil mantém com o Paraguay Acordo para Restituíção de Veículos Automotores Roubados e Furtados assinado em 01/09/1994, o qual entrou em vigor em 18/11/1996.

A vítima foi sequestrada e o veículo roubado permanecendo ainda no território do Paraguay. Esse objeto, o carro, certamente contém elementos importantes de prova como: sangue, cabelo, pele, pedaços de roupas, enfim, indícios e provas para se chegar aos criminosos, pois que o crime foi cometido com requintes de crueldade e com a utilização do instrumento/arma branca (faca peixeira). Urge que retorne o carro da vítima ao Brasil para ser submetido à perícia técnica.

A família e a sociedade de Ponta Porã querem o conhecimento sobre os autores do crime e que seja feito justiça. Por essa razão, imploram a Vossas Excelências as providências necessárias para que não se permita que a morte de uma cidadã brasileira não seja esclarecida e que permaneçam os criminosos impunes.

A vinda das fitas, de cópia do inquérito e do carro para o território brasileiro servirá para identificar os criminosos (a), pois que há sérios indícios de que sejam nacionais do Brasil os autores do sequestro/latrocínio.

Nós, as pessoas aqui subscritas nesta petição, pedimos a Vossa Excelência para proceder com a máxima urgência e com todas as competências para trazer os assasinos de GICELA MARIA VAN GYSEL MULLER BRUSAMARELLO a julgamento tal como solicitado pela família da vítima e pela sociedade de Ponta Porã.

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