2009-04-03 13:48:00
Queda Livre
O Brasil sem crise é uma “mentirinha” que o presidente Lula vem tentando impingir à população desde o início dessa grande crise mundial. Aqui, todos os assuntos sérios são tratados como se estivéssemos numa mesa de botequim. O senhor Luiz Inácio Lula da Silva enganou por um breve tempo, mas agora não consegue mais, pois o bolso está doendo em todo o país. Como ele mesmo diria: Nunca antes nesse país a coisa ficou tão preta.
Nesse mês de março, haverá transferência de um total de R$ 2,627 bilhões. Comparando-se com o valor que a União entregara às prefeituras em março de
Desde outubro de 2007, os municípios não recebiam tão pouco dinheiro de Brasília. Naquele mês, o FPM somara R$ 2,453 milhões.
Os repasses vêm caindo desde novembro do ano passado. Um drama para os prefeitos, sobretudo os de municípios menores.
Não se passaram ainda 10 dias, que discursando em Salvador, Lula prometeu discutir a penúria das prefeituras com sua equipe econômica.
O presidente acenou com a hipótese de compensar os municípios, como pedem os prefeitos. Por ora, porém, a sensibilidade de Lula não avançou além do papo furado.
(*) Texto de apoio: Josias de Souza.
Reduzir
Mas, uma marolinha para cá, uma manguassinha para lá e a popularidade do energúmeno começa a despencar inexoravelmente. Mais de 10 pontos aferidos por três institutos de pesquisas diferentes.
Enquanto a população tinha dinheiro no bolso e podia gastar, Lula espertamente, pegou esse bem-estar, que era a “herança maldita” de Fernando Henrique Cardoso e capitalizou para ele as vantagens. Agora, a verdade dolorosa chegou e anda a pleno galope, na crise econômica mundial, que primeiro o governo resolveu ignorar, mas, diante dessa impossibilidade, fala como se os responsáveis fossem os outros, até os louros de olhos azuis.
A população que trabalha e se esforça percebeu que tem no presidente da República uma pessoa apresentando profunda aversão pelo batente e uma total incapacidade de resolver os problemas, por não saber como e por falta de vontade. Já não se pode enganar o povo, pois ficou patente que o presidente, ao invés de governar, viaja fazendo aberta campanha eleitoral ilícita para seu sucessor. Portanto, não é de surpreender que o índice de aprovação do governo, que havia atingido nível jamais visto na história do país, tenha começado a refletir essa desconfiança no governo Lula, que é inoperante, gastador e acima de tudo, com uma imensa e endêmica corrupção.
Lula, por sua inigualável incompetência, vem descendo a ladeira inexoravelmente e aos trambolhões.
Faz exatamente seis anos que venho alertando os leitores de que esse homem é um engodo, um demagogo e, pior, um mal intencionado. Talvez a sua única virtude é que ele trabalha contra si próprio com aqueles discursos inflamados, cheios de ódio em que ele tenta jogar os zilhões de analfabetos brasileiros contra a minoria esclarecida e formadora de opinião. Ainda bem que faltam menos de dois anos para aguentar essa múmia.
Incêndio
Ao denunciar a “gente branca, de olhos azuis” como responsável pela catástrofe financeira global, o presidente Lula perpetrou um conjunto de asneiras padrão-Bush. Descomunal.
A descortesia (alguma novidade nisso?) com o visitante, o premiê britânico Gordon Brown – escocês de nascimento, pele clara, olhos claros – é uma delas. O reacionarismo é outra. George Brown, à esquerda do novo PT, tem sido um ostensivo herdeiro da tradição social-democrata britânica, cobrador rigoroso das falhas do sistema financeiro britânico, defensor de soluções intervencionistas em favor da poupança popular. Como anfitrião e candidato a líder mundial, Lula deveria (coitado!) conhecer alguns dados que, aliás, qualquer leitor regular de jornais está farto de saber.
A asneira mais grave está no teor preconceituoso e racista da tirada presidencial. Estimular o ressentimento entre raças também é racismo, mesmo quando a favor das minorias. Além de redondamente enganado – há pelo menos dois negros na lista dos “grandes culpados” da crise americana -, Lula mostra que embarcou, mais uma vez, na demagogia eleitoreira de algumas lideranças latino-americanas.
O presidente imagina que sabe tudo e graças a isso adota uma postura arrogante, certo de que sua popularidade – em queda vertiginosa – funcionará indefinidamente como antídoto para o besteirol político.
Gafe irrelevante, dir-se-á em favor de Lula. O grau de irrelevância das gafes depende do seu volume e frequência. Depende, sobretudo, de fatores imprevisíveis, imponderáveis, que escapam ao voluntarismo dos marqueteiros.
Todos os grandes líderes políticos foram acusados, em algum momento, de demagogia. Faz parte do jogo. Porém, nem todos os demagogos são capazes de incendiar um país. E, parece que é isso que Lula está querendo.