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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Médico quer elevar preço do cigarro

2008-09-07 13:09:00

Dados do Ministério da Saúde revelam que as doenças causadas pelo cigarro matam 200 mil pessoas por ano no Brasil
A maioria das instituições empenhadas em combater a indústria do cigarro, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), acredita que a melhor forma de desestimular o fumo é aumentar o preço do produto.

No Brasil, a tese encontra oposição na Receita Federal, para quem elevar a taxação sobre o tabaco traria como principal conseqüência um estímulo ao comércio ilegal, com perda de arrecadação.

Dados do Ministério da Saúde revelam que as doenças motivadas pelo cigarro matam 200 mil pessoas por ano no Brasil. O custo desses tratamentos é calculado em R$ 338 milhões pela Fundação Oswaldo Cruz.

Diretor da Clínica Médica do Hospital Universitário de Brasília (HUB), o médico Leopoldo dos Santos Neto, mestre em Clínica Médica e doutor em Patologia Celular pela Universidade de Brasília (UnB), não apenas é a favor do aumento das taxas sobre o cigarro, como defende a proibição do fumo.

– A forma mais eficaz de combater o fumo é aumentar o preço. Foi talvez o primeiro grande evento na redução do tabagismo de uma maneira geral. Ocorreu inicialmente na Inglaterra, mas diversos outros países têm conseguido reduzir o impacto do tabagismo por meio da taxação. Mesmo países em desenvolvimento, como o México, conseguiram. A decisão, lá, foi desafiadora, mas, com um aumento de 10% no preço do cigarro, eles reduziram em 6,4% o consumo.

Santos Neto afirmou, em entrevista à UnB Agência, que há um mito de que se todo mundo parasse de fumar o Estado deixaria de arrecadar muito dinheiro. "Mas gastamos mais com o indivíduo que fuma do que arrecadamos com os impostos sobre o cigarro", advertiu.

O médico considera que o assunto é tratado de maneira hipócrita pela sociedade brasileira, segundo ele ainda "muito benevolente" com o ato de fumar.

– O tabagismo é uma epidemia sem proporções. Não há nada igual na história da Humanidade. Numericamente falando, o tabaco é o nosso inimigo número um, junto com o álcool – alertou.

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