2008-09-04 05:02:00
A Usinav pretende aproveitar o bagaço da cana para poder gerar energia na industrialização do álcool e do açúcar, na sua unidade de Naviraí, até o final de 2009.
Os equipamentos estão em testes, no interior paulista. Por enquanto, os detalhes a respeito do projeto não deverão ser divulgados para a imprensa, diz o vice-presidente de operações do grupo Infinity Bio Energy, Jean Lesur.
A usina de Naviraí, segundo Jean, vai continuar investindo em tecnologias para agregar valores à produção de álcool e de açúcar, vendendo excedente de energia produzida através do bagaço da cana (até 25 % dos 16,5 MWs produzido atualmente por dois geradores).
A idéia é aproveitar o bagaço e transformar o produto em pellets – pequenos pedaços de matéria-prima condensada, para ser aproveitada como alimentadora de caldeira, em substituição à lenha e ao carvão.
Diariamente, pelo menos 10 caminhões estacionam nas proximidades da ponte do rio Amambaí, para buscar o sub-produto da cana, que tem garantido a vendagem de cerca de 200 a 400 toneladas em cada dia.
Por muito tempo considerado um estorvo para as usinas, que queimavam nas caldeiras mais do que o necessário para que não houvessem sobras, o bagaço da cana-de-açúcar, resíduo da moagem da matéria-prima do açúcar e do álcool, foi valorizado nos últimos anos, e há cerca de 20 meses chegou a custar R$ 30 por tonelada, em 2005.
Bagaço é renda extra para as usinas, que já contam com preços compensadores para açúcar e álcool. As usinas sucro-alcooleiras (que devido ao bagaço que lhes dá auto-suficientes na produção de energia elétrica) podem utilizar o sub-produto e vender o excedente acumulado para indústria de sucos cítricos, de papel e celulose, de esmagamento de soja e outras com caldeiras apropriadas usam o subproduto para gerar vapor e energia elétrica, além de fabricar papel.