2008-08-25 16:33:00
São pelo menos 300 indígenas da etnia terena que invadiram a fazenda Petrópolis, em Miranda, distante 212 quilômetros de Campo Grande. A propriedade pertence ao ex-governador Pedro Pedrossian.
De acordo com Zacarias Rodrigues, a ocupação foi a única forma de pressionar a demarcação da área, cujos estudos antropológicos ocorreram há 4 anos. “Queremos a demarcação física e a homologação, conforme prevê a Constituição porque as conversas já foram esgotadas”.
Rodrigues conta que os indígenas começaram a montar barracos e pretendem permanecer na área por tempo indeterminado. Por volta de 17 horas, lideranças das cinco aldeias de Miranda participam de uma reunião com representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) para discutir a questão.
A reunião, de acordo com o chefe do posto da Funai em Miranda Edson Fagundes, vai contar com líderes das aldeias Cachoeirinha, Lagoinha, Babaçu, Argola e Moinho. “É um grupo isolado. Após a reunião desta tarde, eles devem sair da área”, prevê Fagundes.
Como representante da aldeia Babaçu, Zacarias Rodrigues já adianta que, em princípio não há disposição em sair, mesmo que exista mandado para reintegração de posse. “Estamos em uma área de 1,2 mil hectares de um total de 30 mil homologados, queremos uma decisão”, reforça.
Pela manhã, o ex-governador Pedro Pedrossian afirmou que iria entrar hoje mesmo com mandado de reintegração de posse após prestar queixa na Polícia Federal. A assessoria de imprensa da Polícia Federal informou que ainda não houve ordem para desocupar a área.
O presidente do Sindicato Rural de Miranda, Élzio Neves afirmou que o filho do ex-governador, Pedro Paulo Pedrossian pediu apoio à Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul) e deve esperar a decisão da Justiça. Neves explica que teme conflito na área, considerando que os indígenas estão a cavalos, armados com foices e facões.
