2008-08-24 19:32:00
O governo brasileiro e a Santa Sé debatem atualmente uma proposta para regularizar o ensino católico no País. O item integra um tratado que ainda pede a consolidação de benefícios fiscais da Igreja e o livre acesso de missionários a terras indígenas.
A intenção do Vaticano era estabelecer a obrigatoriedade das aulas. No ano passado, d. Cláudio Hummes, um dos “ministros” no gabinete do papa (ele é prefeito da Congregação para o Clero), não escondeu que a Santa Sé “quer que se implemente o máximo possível o ensino religioso (católico) nas escolas”. Segundo ele, as negociações com o governo ditarão até que ponto isso ocorrerá.
O Brasil recusou-se a assinar a primeira versão da proposta, o que teria ocorrido durante a visita do papa Bento XVI ao Brasil, em maio do ano passado. O governo teme que outras igrejas peçam os mesmos privilégios.
No segundo texto apresentado pelo Vaticano, o ensino religioso seria facultativo. Para o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carbalho, a proposta estaria “bem mais perto” das idéias do Planalto. “O caráter laico do Estado será preservado. Não podemos desrespeitar a Constituição”, disse, em novembro.