2008-08-19 22:08:00
A arrecadação de impostos e contribuições federais, o que inclui ainda as demais receitas (royalties e concessões, entre outros) além da arrecadação previdenciária, somou R$ 389,6 bilhões de janeiro a julho deste ano, novo recorde histórico para o período, informou nesta terça-feira (19) a Receita Federal.
Com isso, a arrecadação teve crescimento real, isto é, em valores corrigidos pela inflação, de 11,21% neste ano, o equivalente a R$ 40 bilhões, sobre os sete primeiros meses do ano passado. Os números mostram ainda que, no mesmo período do ano passado, contra o acumulado de 2006, a arrecadação havia subido 10,34% em termos reais.
Sem CPMF- Deste modo, a arrecadação cresceu mais nos sete primeiros meses deste ano, do que em igual período de 2007, mesmo sem a cobrança da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) – que estava estimada em cerca de R$ 40 bilhões para 2008.
Entretanto, o governo pôde contar, neste ano, com uma arrecadação maior do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) – uma vez que a alíquota do tributo foi elevada no início de 2008 para compensar justamente a perda da CPMF. Em maio, com início do recolhimento em junho, também passou a valer o aumento da CSLL dos bancos de 9% para 15%.
No acumulado de janeiro a junho deste ano, o IOF arrecadou R$ 11,5 bilhões, contra R$ 4,6 bilhões em igual período do ano passado. Ou seja, um aumento real, acima da inflação, de 148%, ou R$ 6,8 bilhões. A expectativa da Receita era de que o IOF maior trouxesse R$ 8,5 bilhões em arrecadação extra em 2008. Já a CSLL dos bancos arrecadou R$ 4 bilhões de janeiro a julho deste ano, contra R$ 2,9 bilhões em igual período do ano passado.
Razões para o crescimento- A Receita Federal informou que a arrecadação avançou de janeiro a julho deste ano por conta, principalmente, de fatores relacionados ao crescimento da economia brasileira, que aumenta o volume de impostos pagos, além da ação do órgão no combate à sonegação de tributos.
O órgão avaliou que o maior crescimento da economia, por sua vez, gerou uma elevação de 14,3% nas vendas; da elevação de 24,6% no volume de vendas de automóveis; no crescimento de 6,7% da produção industrial no doze meses até junho; do crescimento de 52,4% do valor em dólar das importações; além da elevação de 14,85% da massa salarial.
Esses fatores, que derivam todos do maior crescimento da economia brasileira, foram responsáveis pelo crescimento de 28,2% na arrecadação do Imposto de Importação; de 20,2% no IPI-Automóveis e de 12% no Imposto de Renda Pessoa Física e de 24,5% no IR das empresas. A arrecadação da Cofins, por sua vez, avançou 14,2% em termos reais e a receita previdenciária subiu 12,44%.
Mês de julho- Somente no mês de julho, a Receita Federal informa que a arrecadação total somou R$ 61,9 bilhões, o que representa novo recorde histórico para este mês. Além disso, é o maior valor arrecadado desde janeiro deste ano, quando R$ 64,8 bilhões ingressaram nos cofres públicos.