2008-08-12 11:20:00
A decisão da Justiça de suspender a vistoria de terras em 26 municípios merece ser comemorada. Desde que as portarias foram publicadas, a insegurança e incerteza tomaram conta de toda a região. Tem gente que não está levando a sério o assunto, mas o caso é gravíssimo. Notícia publicada nesta edição fala da estratégia de grupos indígenas para invadir propriedades em Amambai e Aral Moreira. O clima é de muita apreensão e se a Justiça não barrar essas vistorias pode haver derramamento de sangue, como já previu o deputado estadual Paulo Correa em discurso na Assembléia Legislativa.
Os produtores rurais estão na linha de frente do tema, mas toda a sociedade será diretamente atingida se os 10 milhões de hectares de terras produtivas (30% do território do Estado) se transformarem em áreas indígenas. Mato Grosso do Sul conta hoje com cerca de 23 milhões de hectares de terras produtivas, já que os outros 12 milhões de hectares estão na região no Pantanal. A produção agrícola e pecuária do Estado então cairia pelo menos pela metade, em se concretizando essas demarcações, colocando todo o futuro econômico e social num verdadeiro caos.
A Funai (Fundação Nacional do Índio) não vem fazendo a lição de casa, que é cuidar dos índios. Basta analisar os projetos que a fundação tem para a área produtiva. É praticamente nulo. Não há notícia de que a comunidade indígena guarani e caiuá estaria sobrevivendo da produção agrícola. Se fosse aproveitado o espaço de terra que os índios detêm hoje para a produção agrícola, já amenizaria em muito os problemas vividos nas aldeias, como alcoolismo, suicídio, prostituição, drogas e todo tipo de violência. Mas não existe projeto eficiente. O que tem dado alguma melhora na vida dos índios é apenas o assistencialismo por parte dos programas do Governo Estadual e Federal.
Notícia publicada nesta edição do jornal A Gazeta e no site agazetanews, fala da expectativa de invasão de terras por parte de grupos indígenas, em Amambai, Aral Moreira e Iguatemi. Então, além da demarcação “pacífica” que se pretende fazer, existe sim a possibilidade de confrontos sérios e uma onda de violência entre índios e famílias de produtores, que aliás, estão neste momento totalmente inseguras no campo.
A decisão da Justiça em suspender as vistorias e só permiti-la com a comunicação de 10 dias de antecedência ao proprietário da área a ser vistoriada é apenas um fôlego momentâneo e não impede de haver invasões e violência no campo. Tomara que a briga entre produtores rurais e Funai fique no âmbito judicial, porque em se confirmando as invasões, o confronto será inevitável. Estabeleceu-se um clima de medo no campo.