2008-08-07 03:17:00
O MEC (Ministério da Educação) fará uma vistoria no ano que vem em um quarto dos cursos superiores das áreas de ciências da saúde e agrárias. O resultado do Exame Nacional do Desempenho do Estudante (Enade), divulgado pelo MEC, mostra que 508 cursos não conseguiram ir além de notas 1 e 2 no Conceito Preliminar do Curso (CPC), o novo instrumento utilizado pelo ministério para avaliar as instituições.
O CPC une os resultados da prova do Enade com outros dados levantados pelo MEC no Censo do Ensino Superior e no questionário sócio-econômico que os próprios estudantes preenchem ao fazer a prova. É, segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, um avanço pedido pelas instituições e pelos próprios estudantes, que consideravam a avaliação do ensino superior muito baseada nos resultados obtidos pelos alunos.
Quando se desconsidera o novo conceito criado pelo MEC e se analisa apenas o conceito Enade – a nota da prova simples, calculada em cima da média obtida pelos alunos – o resultado fica ainda pior que as 508 escolas que passarão por supervisão. São 722 com Enade 1 e 2, ou 33,9% dos 2.128 cursos avaliados e que tiveram conceitos válidos publicados. Mais do que isso, o resultado é muito pior do que há três anos, quando essa mesma área foi avaliada pela primeira vez.
Na época, com 1.427 cursos com conceitos válidos, os cursos com Enade 1 e 2 eram apenas 10,4% do total. Em três anos, o número de cursos que participam de todas as fases do Enade cresceu 50%, o que já parece muito. Mas a proporção de cursos ruins triplicou.
Essa é a segunda vez que a área de ciências agrárias e da saúde é avaliada. O sistema de avaliação criado pelo MEC prevê uma avaliação a cada três anos. Enfermagem, por exemplo, tinha apenas 196 cursos avaliados em 2004. Agora, são 540, a maior área do Enade este ano. Desses, 104 são ruins.