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terça-feira, 7 de outubro de 2025

Periscópio ‘O Amigão do Peito’ – por Antonio Luiz

2008-08-02 10:13:00

O Amigão do Peito

Na década passada (não me recordo o ano) o então deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva deu uma declaração corajosa e verdadeira. Dizia ele que “No Congresso existiam trezentos picaretas”. Na minha opinião, sua avaliação até que foi modesta, pois acredito que dos quase seiscentos congressistas, pelo menos setenta por cento é constituído de políticos desprezíveis. Como se pode constatar atualmente, o deputado federal Lula não tem nada a ver com o presidente da República Lula. São duas pessoas muito diferentes, ou opostas como queiram.

Se na década de 90 o deputado tinha algum pudor em freqüentar ambientes infestados por companhias não recomendáveis, nos dias de hoje o cinismo e a falta de vergonha fazem parte do (sem) caráter presidencial.

Rememoremos: O “picareta” Waldomiro Diniz foi pego com a “boca na botija” pedindo propina a um bicheiro e nem teve como negar, pois a extorsão foi filmada e exibida milhares de vezes país afora. O que aconteceu com o corrupto? Ao que se saiba, com uma ajudazinha do governo a que ele servia, nada. Está flanando leve e solto por Brasília, sem sequer um processinho. Nem por estupidez. Logo depois o acuado deputado federal Roberto Jefferson botou a boca no trombone e denunciou o maior esquema de compra de parlamentares já descoberto. Lula, ingenuamente, e sua mania de dar cobertura a malfeitores, declarou sem pestanejar que “daria um cheque em branco para Jefferson”. Defendeu José Dirceu, quando todo o mundo sabia que o “Rasputin” brasileiro havia engendrado todo o esquema de compra de deputados. Lula insistiu em defender uma corja de venais, incluindo Delúbio e Silvinho “Land Rover”. Já a Procuradoria Geral da República, para desencanto de Lula,  denunciou os quarenta que formavam a sofisticada “quadrilha” que recebia “sem querer” dinheiro do governo. Houve um deputado cuja mulher foi pagar a mensalidade da tevê a cabo e inadvertidamente saiu com 50 mil reais. Quanta distração. Não nos esqueçamos da “República de Ribeirão Preto” e seu caseiro que viu muita safadeza, mas porque denunciou a freqüência que o ministro Palocci, homem forte do governo, aparecia para as orgias, teve seu sigilo bancário quebrado e por muito pouco não vira réu. E o Severino? Esse então, se sujou por míseros 10 mil reais achacados do proprietário de um restaurante na Câmara dos Deputados. Um anão até para extorquir. Mas continua amigão do presidente que até o elogia em comícios no Nordeste.

E os aloprados e seu dossiê? Essa então é uma peça fundamental para se entender a incompetência petista. Um bando de ineptos a serviço de uma “boa causa”. Forjar um dossiê para prejudicar o adversário. Essa não é exatamente uma novidade no “modus operandi” petista. Quando Lula viu a água bater no traseiro, tratou de chamar seu amigão e churrasqueiro de “aloprado” e tirar o corpo fora. Aliás, como ele mesmo já afirmou um milhão de vezes: “eu não sabia de nada!”.

Nessas minhas reminiscências devo ter esquecido de muita coisa, mas me lembro do sedutor Renan Calheiros e seus milhares de bois que mantinham uma linda amante e a graciosa menininha nascida desse relacionamento. Nada contra ele ter amantes e filhas fora do casamento. É problema dele e da família dele. Mas, que não sejam sustentados com dinheiro público ou de corrupção. Perdeu a presidência do Senado, mas seu mandato foi preservado graças à mãozinha do amigão Lula. Quem mais poderia ser?

O compadre Roberto Teixeira então, é um poço de problemas, mas é compadre, querido, sabe como é que é! Daniel Dantas é amigo do Lulinha. Eu não tenho nada com isso, né!

Mais um amiguinho presidencial está encrencado: O líder do Governo no Senado, Romero Jucá, foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal por crime contra o sistema financeiro. Na denúncia, o procurador acusa Jucá de obter de forma fraudulenta empréstimo de R$ 3,152 milhões do Banco da Amazônia para a empresa Frangonorte, da qual foi sócio.

Mas tem uma boa notícia para Lula: O STF garantiu que daria prioridade ao julgamento de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, envolvido com a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Advogados e juristas que acompanham o caso dizem ser possível a absolvição dele, pois não haveria provas suficientes de que tenha ordenado a violação do sigilo. Se a tese for vitoriosa no plenário do STF, o presidente pode concretizar uma intenção já confessada nos bastidores: a de levar Palocci de volta ao ministério – mesmo que não seja na equipe econômica.

Ser um escroque não conta muito; o negócio é ser amigo do homem.

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