2008-08-01 14:41:00
Preocupada com a questão da demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul, a secretária de Estado Produção e Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa, afirmou hoje que o governo de Mato Grosso do Sul deve entrar com ação cautelar contra o estudo para delimitação de áreas que podem ser entregues às etnias indígenas.
Em entrevista concedida nesta manhã, no Aeroporto Internacional de Campo Grande, após sua chegada da França, onde acompanhou a reunião da OIE (Organização Internacional de Saúde Animal), a secretária disse que se realmente houver demarcação dessas áreas a produção agropecuária do Estado tende a cair.
“É a região mais rica do Estado e se virar reserva indígena a produção com certeza vai diminuir”, afiançou. Na área, de acordo com Tereza, existem grandes produções de soja, milho, cana-de-açúcar, trigo e bovinos.
Procurador – Questionado sobre a ação, o procurador-geral do Estado, Rafael Coldibelli, explicou que ainda está em estudo qual medida deve ser tomada em âmbito judicial sobre a demarcação e que ainda não existe previsão para a entrada do governo na Justiça. “Vamos ver qual a medida mais adequada para lidar com a situação”, declarou.
As seis portarias da Funai (Fundação Nacional do Índio) publicadas no último dia 14 dispõe que devem ser feitos estudos em áreas de 26 municípios do Estado, região que corresponde a 12 milhões de hectares, para definir as áreas que podem ser transformadas em reserva indígena.
A Funai garante que o processo nãodeve envolver mais que 3 milhões de hectares e defende as demarcações como única forma de acabar com as disputas fundiárias em Mato Grosso do Sul e a miséria vivida pelos guarani-kaiowa.
