2008-08-01 15:48:00
Em nota oficial divulgada nesta sexta-feira, a Funai (Fundação Nacional do Índio) informa que manterá diálogo com o Estado, municípios, Ministério Público Federal e União, no decorrer dos estudos antropológicos a serem deflagrados em Mato Grosso do Sul visando uma futura demarcação de terras no Estado.
Na mesma nota, o órgão diz ainda que os Grupos de Trabalho que estão em Mato Grosso do Sul para fazer a pesquisa antropológica são responsáveis apenas pelos estudos que darão base concreta aos problemas relacionados aos índios Guarani.
A nota está sendo divulgada um dia após prefeitos e ruralistas se reunirem em Mato Grosso do Sul e decidirem orientar os fazendeiros a exigirem autorização judicial dos pesquisadores para permitir entrada em suas terras.
A Funai informa que os seis Grupos Técnicos foram constituídos conforme a Constituição Federal. “Serão responsáveis pelos estudos de natureza etno-histórica, antropológica e ambiental necessários à identificação de terras tradicionalmente ocupadas pelos grupos indígenas Guarani Nhandeva e Kaiowa no estado do Mato Grosso do Sul”, diz a nota sobre os equipes.
Conforme a Funai, outros procedimentos de ações fundiárias não serão realizados neste momento. Após o término dos trabalhos, os estudos serão encaminhados e avaliados pelo órgão em Brasília.
No estado do Mato Grosso do Sul existem duas Administrações Executivas Regionais. Uma que compreende a região do Cone Sul do Mato Grosso do Sul, que é responsável pelas etnias Guarani Nhandeva e Kaiowa e AER de Campo Grande, que trabalha junto às etnias Terena e Kadiwéu. Ambas subordinadas à Presidência do órgão indigenista em Brasília.
A etnia Guarani, segundo a Funai, é uma das maiores populações indígenas brasileira – no Mato Grosso do Sul passam de 40 mil – e possui o menor número de áreas regularizadas.
O órgão entende que a solução da questão fundiária do Mato Grosso do Sul é de primordial importância para a resolução dos demais problemas enfrentados pelos Guarani como o alcoolismo, assassinatos, desnutrição, suicídios, disputas internas, entre outros.