2008-07-29 21:37:00
Os candidatos esperaram, as informações demoraram, e quando vieram provocaram indignação em quem esperava ser chamado para a academia da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul.
O anuncio, em Diário Oficial, de que apenas 120 serão chamados para Campo Grande foi assunto hoje em comunidades do orkut e fóruns de discussão criados só para troca de informações de quem investiu nesse concurso público.
Entre um e outro comentário, centenas de reclamações. Os candidatos protestam contra alterações no edital que determina agora a convocação de 620 aprovados em agosto, mas 400 são para o interior.
Apenas 108 homens e 12 mulheres serão chamados para Campo Grande. Ainda restam 380 vagas para a Capital, mas só virão em janeiro, prevê o edital publicado hoje. “É falta de consideração com aqueles que estudaram, que se dedicaram, que investiram tudo nisso”, diz a candidata Luiza Freire.
Como ela, quem não alcançou classificação suficiente para entrar já nesta primeira leva, diz não entender “porque o governo mudou de planos”. “Primeiro, o número era de formação ainda neste ano dos mil candidatos aprovados”, comenta Gustavo Arisaka.
Aos 19 anos, e classificado em 377º lugar, ele tinha a certeza de convocação ainda neste ano. “Nosso medo é que quando chegar janeiro o governo publique outro edital mudando novamente as regras e adiando ainda mais a chamada”, diz.
Entre os candidatos existe quem apele para a segurança em Campo Grande. "É difícil entender, com onda de assaltos e até arrastões no centro da cidade", avalia uma inscrita que se identificou apenas com Adriana.
“Achei um absurdo imenso o que fizeram com tanta gente que trancou a faculdade, pediu demissão, para poder ter tempo para os exames. Agora simplesmente decidem mudar as regras no final do jogo. Muito injusto. Se fosse para convocar menos que convocassem pelo menos a metade do prometido e não a metade da metade”, desabafa Kamila Martins.
Gilson Coelho mora em Cruz Alta, no interior do Rio Grande do Sul, diz que começou a estudar para o concurso em novembro de 2007, sempre com objetivo de ser convocado já entrar na primeira turma de formação.
Ele teme que em 2009 não seja chamado por ter ultrapassado o limite de idade estabelecido no edital, já que estará com 31 anos. “Procurei no Brasil um estado com limite de até 30 anos. Perderei minha última oportunidade em fazer parte da PM”, contesta.
A Secretaria de Administração contesta as criticas dos candidatos. Argumenta que nunca houve modificação nas vagas destinadas aos municípios. A alteração feita agora, teria, inclusive, aumentado as convocações nessa primeira turma de formação, de 500 para 620.
A distribuição de vagas neste momento foi definida pela Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, informa o governo, a partir das necessidades de pessoal em cada região do Estado.
