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quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Periscópio ‘Só queremos tranquilidade’ por Antonio Luiz

2008-07-26 08:41:00

Só queremos tranquilidade

“Sob os olhares curiosos dos Guainás e Tupiniquins, um grupo de treze padres da Companhia de Jesus, da qual faziam parte José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, escalaram a serra do mar chegando ao planalto de Piratininga. Do ponto de vista da segurança, a localização topográfica de São Paulo era perfeita: situava-se numa colina alta e plana, cercada por dois rios, o Tamanduateíe o Anhangabaú.

Reuniram-se em torno de uma cabana construída pelo cacique Tibiriça, no planalto de Inhapuambuçu, e ali celebraram a famosa missa de 25 de janeiro de 1554. A data corresponde ao dia da conversão do apóstolo Paulo que, por sua vez,  justifica o nome dado à cidade”.

O trecho acima foi tirado da história de São Paulo no site oficial da cidade. O local chama-se Pátio do Colégio e fica a alguns metros da Praça da Sé, marco zero do estado mais rico do país e terceira maior cidade do planeta. Os indígenas já viviam ali, senão não haveria motivos para que os jesuítas fundassem uma escola, certo? Certo! Pergunto: alguém que está lendo esse Periscópio já ouviu, alguma vez, dizer que a Funai ou o governo iria desapropriar o Pátio do Colégio para devolvê-lo aos índios, seus supostos “legítimos donos”? Se alguém ouviu tamanho disparate é melhor parar com as cachaças. Apenas os estados do Rio Grande do Norte e Piauí não possuem reservas indígenas, todos os outros abrigam indígenas, porém poucos têm tantos problemas quanto nós aqui do sul do Mato Grosso do Sul. Muitos moradores mais antigos aqui da região contestam veementemente que houvessem índios por aqui até há algumas dezenas de anos atrás. Então, por que a Funai insiste em fazer “estudos antropológicos” nessa região do nosso estado? Por que os indigenistas vêem apenas um dos lados de uma questão criada por eles mesmos? Por que existem ONGs manipuladoras com interesses escusos? Por que não fazem o mesmo em São Paulo? Lá eles têm mais força política do que o humilde Mato Grosso do Sul ou Rondônia ou Roraima, ou seja lá que lugar mais?

Todos somos brasileiros, achamos que os indígenas têm seus direitos, aliás, achamos que eles têm até direitos demais. Um sujeito tutelado e inimputável não pode ter direito a voto, mas os indígenas brasileiros têm, elegem o presidente da República. Na verdade, o menos culpado por todas essas distorções é o próprio índio. Índio não cria leis; quem as cria são os brancos. Os índios são vítimas da cobiça de oportunistas e por que eu e você temos que ralar para ter uma vida digna? O governo, além de não nos dar nada, ainda tira um quarto do que ganhamos em impostos para bancar políticos ineptos, agentes corruptos, juízes venais, serviços que quinta categoria e distribuir alguns milhões para o tal “Bolsa Família” que não deixa de ser uma compra de votos disfarçada em política social.

Por que eu e você não temos direito de exigir nosso pedaço de terra para, pelo menos, plantar uma mandioquinha? Coisa que os índios não fazem. A maioria dos indígenas é formada por gente decente, mas que infelizmente não evoluiu o necessário para enfrentar a vida moderna, como por exemplo, fizeram os índios nos Estados Unidos. Lá eles são pecuaristas, comerciantes e até existe uma reserva em que exploram o jogo, com vários cassinos – permitido naquele país – e estão riquíssimos. Aqui, o índio, sempre manipulado por malandros, quer mais terra para arrendar para o branco trabalhador.

Sessenta e quatro por cento do PIB de Amambai vem do agronegócio, do campo. Sem a tranqüilidade necessária para trabalhar, o produtor rural não terá coragem de investir e o município – que está em fase de progresso acentuado – tenderá a regredir. Conheço um caso de um produtor que somente este ano teve catorze reses abatidas e largadas pelos seus vizinhos indígenas. Não estou autorizado a declinar seu nome, mas ele simplesmente desistiu. Eu quis fazer uma matéria para denunciar o fato e ele preferiu se calar para não sofrer mais vandalismo. Outros produtores também tiveram problemas semelhantes, mas até agora vêm se mantendo no negócio apesar de uma imensa frustração. O problema é que todos nós somos atingidos, pois nossos empregos e o dinheiro que circula na região é quase todo proveniente do campo. Se essas portarias não forem revogadas, mais de um milhão de pessoas serão atingidas. Não queremos ser uma Raposa Serra do Sol com Amambai e as outras vinte e cinco cidades “premiadas” encravadas numa nação Guarani-Caiowá. Para evitar mais esse achaque e afronta, a comunidade está maciçamente aderindo a um indignado abaixo-assinado distribuído em vários pontos da cidade.

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