2008-07-25 13:17:00
Inflação mais alta, perda de poder aquisitivo e mais dívidas. Esses três fatores afetaram o otimismo do consumidor brasileiro no segundo trimestre do ano.
Segundo pesquisa trimestral da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor recuou 1,6% na comparação com o registrado em março e 1,2% na comparação com junho de 2007. O indicador está em 109,8 pontos (valores acima de 100 pontos indicam expectativa ainda positiva).
"O consumidor brasileiro voltou a se assustar com a inflação e isso fez com que o otimismo em relação à economia recuasse no segundo trimestre deste ano", diz a CNI.
O índice sobre expectativas de inflação recuou 10,6% na comparação com março de 2008 (queda, nesse caso, indica inflação mais alta) e caiu 17,3% na comparação com o mesmo trimestre de 2007.
"Essa avaliação decorre do aumento da inflação registrada neste ano, não mais restrita somente aos segmentos de alimentos", diz a pesquisa.
Segundo a CNI, os consumidores pesquisados também manifestaram preocupação em relação à possibilidade de perder o emprego ou ter seu poder de compra prejudicado por causa do aumento generalizado de preços na economia.
Dívidas – A pesquisa também mostra que aumentou o endividamento do consumidor brasileiro. Houve uma oscilação de 2,3% na comparação com março de 2008 e de 2% na comparação com junho de 2007.
O nível de crédito na economia brasileira bateu recorde neste ano, após crescer a taxa anuais acima de 30%. Com a inflação mais alta, parte da renda que seria utilizada para pagar dívidas é usada para consumo, apertando o orçamento familiar.
Houve também piora na percepção de saúde financeira dos consumidores (recuo de 0,8%), mas uma melhora na comparação com o mesmo mês de 2007 (crescimento de 3,7%).
Apesar de estarem mais endividados e menos otimistas, metade dos consumidores entrevistados espera manter o seu nível de compras. O percentual de consumidores que esperam retração em seu consumo recuou de 34% para 20%.
A pesquisa foi realizada a partir de 2.002 entrevistas com consumidores de 141 municípios, entre os dias 20 e 23 de junho.