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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Cadeia de Iguatemi registrou terceira fuga em sete meses

2008-07-17 11:30:00

Vilson Nascimento

A cadeia pública de Iguatemi, que funciona anexa a Delegacia de Polícia Civil local, registrou a terceira grande fuga de presos em um prazo de apenas 7 meses, uma ocorrida em dezembro do ano passado (2007), quando fugiram sete presos, outra em maio desse ano com seis fugitivos e outra registrada no início da manhã dessa quarta-feira (16), onde escaparam mais sete detentos.

Segundo levantamentos da Polícia Civil local, para escapar, durante a fuga dessa semana, os detentos, cinco da cela de número 1, um da cela número 2 e outro da cela número 4, usaram uma chave artesanal, conhecida como “chave micha” para abrir os cadeados das celas, posteriormente serraram as recém colocadas grades do solário, vindo a ter acesso ao pátio da Delegacia e conseqüentemente à rua.

Três já haviam fugido e recapturados- Na fuga ocorrida na noite dessa terça para quarta-feira em Iguatemi, três dos fugitivos já haviam escapado em fugas anteriores (dezembro e maio) e acabaram recapturados pela polícia.

Um deles é Wellington Fernandes Ribeiro de 20 anos, com várias passagens pela polícia por prática de crimes diversos na região de Mundo Novo e atualmente aguardava sentença por tentativa de furto na agência do Banco do Brasil de Tacuru, município que faz parte da Comarca de Iguatemi. Ele havia fugido no dia 13 de maio da cadeia em Iguatemi e recapturado pela polícia paraguaia no dia 10 do mês passado (junho) na cidade de Salto Del Guairá, que faz divisa com o Brasil.

Outro dos foragidos dessa semana que também já havia escapado da cadeia em Iguatemi é Lourival Soares de 35 anos.
Preso por tráfico de drogas, Lourival fugiu da cadeia local em dezembro do ano passado (2007). Segundo a polícia após fugir da cadeia em 2007, Lourival permaneceu atuando no tráfico e acabou preso novamente no dia 18 de junho desse ano pela polícia de Mundo Novo e foi trazido de volta para a cadeia pública em Iguatemi onde voltou a fugir.

Terceiro reincidente- Outro que já havia sido recapturado após fugir e voltou a escapar da cadeia em Iguatemi essa semana foi Miguel Ferreira dos Santos de 43 anos.

Preso por tráfico de drogas, Miguel havia escapado da cadeia durante a fuga de dezembro passado e acabou recapturado pela polícia no dia 9 de janeiro desse ano.

Acusado de matar deficiente também fugiu- Durante a fuga ocorrida essa semana em Iguatemi, também acabou escapando Ilson Soares de 26 anos, preso pela Polícia Civil no dia 7 desse mês (julho) ao confessar o assassinato de uma deficiente mental de 32 anos, crime ocorrido na região da Colônia Botelha Guaçú, a cerca de 35 quilômetros da cidade, no município de Tacuru.

Segundo a polícia o acusado, que também responde pelo crime de furto, teria matado a portadora de necessidades especiais porque mantinha um caso amoroso secreto com a vítima e quando tentou dar um basta ao suposto relacionamento, a vítima teria dito que se ele tomasse essa decisão ela contaria a todos sobre o caso.

Outros fugitivos- Também escaparam da cadeia pública durante a fuga dessa semana em Iguatemi, Josiel dos Santos, o “Mulambo”, de 18 anos, preso em novembro do ano passado (2007) pela Polícia Civil de Tacuru, acusado de manter uma “boca-de-fumo” na cidade, Hildebrando Anderson da Silva Theodoro de 23 anos, residente em Maringá no Paraná, preso em flagrante pela Polícia Militar de Tacuru em agosto de 2007 transportando 660 quilos de maconha em um veículo Santana Quantum e Flávio Carvalho Neto preso em flagrante no primeiro semestre desse ano pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira) em Iguatemi e autuado em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Sem estrutura- Apesar de ser sede de Comarca e abrigar presos de dois municípios, Iguatemi e Tacuru, o que mantém a carceragem sempre lotada, a cadeia pública de Iguatemi enfrenta sérios problemas, tanto na parte estrutural do prédio como na parte de segurança.

Sem agentes penitenciários, a manutenção da cadeia e a assistência aos detentos é realizada pelos policiais civis lotados na Delegacia local, que ao invés de trabalharem nas investigações de crimes, acabam sofrendo desvio de função e tem que atuar como “carcereiros”.

Apenas um policial militar faz a segurança externa da cadeia diuturnamente o que torna praticamente impossível realizar um trabalho de qualidade e garantir que fugas como as ocorridas nos últimos sete meses venham a se repetir, além de colocar em risco a segurança e a própria vida dos policiais que trabalham no local.

Na Delegacia ninguém quis falar sobre o assunto, mas a Polícia Militar informou que em relação a segurança externa da cadeia, defasado de efetivo, o comando da PM local não tem como designar mais policiais para formar pelo menos uma guarda permanente, tendo em vista que a retirada de policias das ruas para esse fim afetaria o trabalho preventivo na cidade e conseqüentemente a segurança da população.

Até a manhã dessa quinta-feira (17) nenhum dos foragidos na última fuga havia sido recapturado.

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