2007-10-23 23:37:00
Antes mesmo da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros Selic em 11,25% na reunião de outubro, os bancos já ampliaram em 0,5 ponto percentual a taxa média de juros incidente no cheque especial em setembro, para 140% ao ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Banco Central (BC). No acumulado de 12 meses, houve, contudo, declínio de 3,5 pontos percentuais na taxa deste serviço.
O spread (ganho com a diferença entre o custo de aplicação e o custo de captação) cobrado pelos bancos no cheque especial passou de 129,6% em agosto para 130% em setembro.
A tendência é que a alta dos juros do crédito ao consumidor seja maior em outubro, de acordo com a análise do mercado interbancário. A decisão do Copom desencadeou um forte processo de alta dos juros privados.
Em outras modalidades de crédito à pessoa física, os juros caíram
O juro do crédito pessoal caiu 0,5 ponto percentual, ficando em 49,4% ao ano e acumulou recuo de 9,5 pontos em 12 meses.
Para as pessoas físicas, os juros médios praticados em agosto foram de 46,3% ao ano, ante 46,6%
Taxa do crédito consignado caiu 0,4 ponto em média – Dentro dessas operações, a taxa média dos empréstimos com desconto em folha de pagamento caiu 0,4 ponto, de 30,7% em agosto para 30,3% anuais
As operações tradicionais de crédito pessoal permaneceram com juros estáveis em 64,1%
As taxas de empréstimos cobradas para aquisição de bens variados – como eletroeletrônicos, por exemplo – também ficaram estáveis em setembro, em 55,2% ao ano. Esse juro médio baixou 5,8 pontos percentuais nos 12 meses encerrados em setembro.
Crédito no país atinge 33,1% do PIB em setembro – As operações de crédito oferecidas pelo sistema financeiro somaram 854,1 bilhões de reais em setembro, o equivalente a 33,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do BC.
Em agosto, o volume total do crédito era equivalente a 33,0% do PIB. Levando em conta apenas as operações com recursos livres, o volume em setembro era equivalente a 23,3 por cento do PIB.
A taxa média de juros cobrada pelos bancos caiu para 35,5% ao ano, frente 35,7% em agosto.
O spread bancário -diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada dos clientes- recuou para 24,6 pontos percentuais, ante 24,7 pontos no mês anterior.