25 C
Amambai
quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Fim das Sete Quedas completa 25 anos

2007-10-16 03:06:00

O afogamento das cataratas que ficaram mundialmente conhecidas como Sete Quedas, no rio Paraná em Guaíra, completou 25 anos nesse sábado, dia 13. Aquela que foi a maior atração turística da região está submersa desde a formação do lago de Itaipu em 1982. Uma exposição de fotos, até o dia 20 de outubro, no Centro Náutico de Guaíra lembra a data e resgata um pouco da história que a geração mais nova não presenciou.

Segundo a Secretaria Municipal de Turismo, nos meses que antecederam a extinção do parque nacional de Sete Quedas, a população de Guaíra, que era de 32 mil pessoas, praticamente dobrava nos feriados e fins de semana. Além das sete quedas maiores, existiam outras 11 quedas e um total de 19 saltos. Na maioria deles, ponte pênsil para o visitante curtir as belezas bem de perto.

Nove meses antes de as quedas submergirem em 1982, no dia 17 de janeiro, uma dessas pontes desabaram de uma altura de 30 metros, devido à falta de conservação, e lançaram dezenas de turistas nas corredeiras. Foram 32 pessoas mortas, na maior tragédia da história de Guaíra. Ninguém foi responsabilizado pelo acidente.

Paulinho Dilda, o Paulinho Jangada, mantém hoje o mesmo restaurante que possui desde 1974 na cidade. Apenas o fluxo de turista mudou. Ele disse que no auge das Sete Quedas servia mais de 300 refeições por dia. Começava a atender aos clientes às 10 horas e só terminava no meio da tarde. “Algumas excursões de São Paulo, Minas Gerais e Bahia agendavam antes para não ficar sem comida”. Depois de alguns anos em crise, ele afirma que o movimento está voltando aos poucos. Mas dos 12 restaurantes da época, restam quatro hoje.

Vinte e cinco anos depois do fim de Sete Quedas, Guaíra ainda tenta superar o período de decadência econômica e o impacto ambiental. Para Sebastião Cláudio Santana, ex-presidente e atual diretor da Associação Comercial da cidade, Guaíra conseguiu sobreviver, porém com uma auto estima abalada , frustração e o sentimento da perda irreparável. No entanto, ele defende o foco nas novas alternativas de renda, já que o município tem uma posição privilegiada na divisa com o Mato Grosso do Sul e fronteira com o Paraguai.

RECOMPENSAS NÃO PAGAM
Em troca dos danos ambiental e econômico, Guaíra ganhou um Centro Náutico e, desde 1991, recebe em torno de R$ 500 mil por mês de royalties de Itaipu. O montante representa 25% da receita do município. Mas isso não foi o suficiente para reparar os prejuízos, segundo o prefeito Fabian Vendrusculo(PT). Ele afirma que faltou exigir mais em troca, quando se decidiu pela morte de Sete Quedas, mesmo reconhecendo a dificuldade devido ao período de ditadura militar vivido na época.

Além de reivindicar uma ferrovia e um porto, a prefeitura informou que a cidade vive um clima de otimismo com novas obras e melhoria na infra-estrutura urbana e rural. E aposta no crescimento do turismo por causa dos pontos históricos, os passeios no rio Paraná e parque nacional de Ilha Grande, além das opções de compras em Salto del Guayrá, no Paraguai.

Guaíra também já pensa no tratado de Itaipu, que terá de ser discutido em 2023. O prefeito diz que será a hora de Guaíra exigir mais recompensas.

Leia também

Edição Digital

Jornal A Gazeta – Edição de 13 de agosto de 2025

Clique aqui para acessar a edição digital do Jornal...

Enquete