2007-06-30 08:28:37
Vilson Nascimento
O desfecho feliz no caso do seqüestro do adolescente brasileiroLeandro Dinei Baumnn Herbert de 16 anos, o único dessa natureza registrado na região que se tem conhecimento, foi muito comemorado, não só pelos familiares da vítima, mas também pela própria polícia que temia o pior, tendo em vista “amadorismo”, como classificaram a ação dos seqüestradores ao conduzir as negociações para o resgate.
Desde que foi levado das proximidades de sua residência, no município paraguaio de Corpus Christi, no dia 5 desse mês (junho) cuja sede está situada a 20 quilômetros da fronteira com o Brasil, até a libertação na manhã dessa sexta-feira, o jovem, filho de agricultores brasileiros, teria passado durante todo o tempo sob vigia dos marginais amarrado em árvores e troncos de madeira em matas e pastagens da região de fronteira entre Brasil e Paraguai.
Os Contatos- Os primeiros contatos oficiais dos seqüestradores com os familiares da vítima para o pedido de resgate teriam surgido somente uma semana após o seqüestro e os marginais teriam pedido 2 milhões de reais para libertar o jovem.
Segundo a Polícia Civil de Sete Quedas que acompanhou as investigações que estavam sendo coordenadas por uma equipe especializada em combate ao crime organizado da Polícia Nacional do Paraguai com apoio de policiais do “Grupo Tigre”, da Polícia Civil do estado do Paraná, também especializada em ações anti-seqüestro, as ligações para o pai da vítima, o agricultor Odemir Baumann partiam de telefones públicos na cidade brasileira de Sete Quedas, situada na divisa entre os dois países e em um dos últimos contatos, no domingo passado, 24, os seqüestradores teriam ficado por cerca de 20 minutos na linha.
Cativeiro- Durante dos 24 dias que o jovem permaneceu nas mãos dos seqüestradores o rapaz, que passou frio e fome e na hora que foi resgatado estava com roupas e calçados fornecido pelos seqüestradores, não foi levado para um cativeiro fixo.
Segundo a vítima eles perambulavam de um lugar para outro, sempre na região de fronteira entre Paraguai e Brasil e o único local que pararam por mais tempo foi em uma pequena “cabana” situada na linha internacional e teriam deixado o local momentos antes da chegada as equipes policiais, fato que teria ocorrido na quarta-feira, após uma denúncia.
De acordo com a polícia um dos seqüestradores que estaria encapuzado teria sido avistado por moradores da região, mas o próprio seqüestrador também teria avistado as pessoas e já prevendo uma denúncia a policiais, teria decidido abandonar o local e quando a polícia chegou para realizar o cerco os marginais já haviam fugido com a vitima.
Entrada no Brasil- Segundo informações repassadas pela própria vítima, Leandro Baumann, eles teriam entrado pela primeira vez no Brasil na noite de quinta-feira, véspera do resgate e estava sendo conduzido a pé até então para local incerto dentro do território brasileiro quando foi resgatado pela Polícia Militar de Sete Quedas por volta das 9h40 da manhã dessa sexta-feira.
Segundo a polícia o rapaz, que apresentava bom estado de saúde e apesar do sofrimento e condições adversas que atravessou durante o período que permaneceu nas mãos dos marginais, também estava bem psicologicamente ao ser libertado, informou que durante todo o período de 24 dias que permaneceu nas mãos dos marginais ele não recebeu qualquer tipo de agressão, porém as ameaças de morte eram constantes. “Eles falavam que se qualquer um deles fosse preso eu morreria na hora”, relatou o jovem ao informar que somente um deles aparecia com maior freqüência e seria o único que ele conseguiria reconhecer.
As informações dão conta que a família de Leandro já estava de posse de 1 dos 2 milhões exigidos pelos seqüestradores para libertar o garoto, mas nada foi pago. O caso continua sendo investigado, mas até a manhã desse sábado a polícia ainda não tinha nenhuma pista dos seqüestradores.