2007-06-22 10:36:37
Absolvido ou condenado, é lamentável esse corporativismo do Senado no episódio Renan Calheiros. Parece que todos concordam com todos, mesmo nas mentiras mais deslavadas. Temos a impressão de que esses senadores acham que nós, brasileiros, somos um bando de idiotas. Aliás, não é a primeira vez e ao que parece nem será a última vez que escrevo esse qualificativo.
A “pizza” estava prontinha para ser consumada e consumida pelos otários brasileiros quando foi ao ar no Jornal Nacional, noticiário de maior audiência, a reportagem que desmontou toda a farsa arquitetada pelo senador. A matéria foi tão contundente que parte do Conselho de Ética teve que repensar a mistura de idiotice e safadeza que estavam prestes a perpetrar. O que assusta no caso Renan não é o tamanho da mentira. É a convicção de que ninguém acreditará nela, mas que mesmo assim vai dar tudo certo
Renan Calheiros é um homem poderoso e que mantém um certo domínio sobre alguns de seus pares. Segundo analistas políticos e lideranças no Congresso, o afastamento de Calheiros traria alguns problemas imediatos tanto para o governo quanto para a oposição. Alegam que não há no momento nenhuma liderança capaz de preencher a lacuna em caso de impedimento de Calheiros. No entanto, é preciso lembrar que o senador é presidente do Congresso e a Nação brasileira não pode mais aceitar outro mentiroso dirigindo um dos poderes da República. Já basta um “pinocchio” no Palácio do Planalto. É bem provável que eu esteja gastando espaço e tempo inutilmente, pois o Conselho de Ética do Senado, ao que tudo indica, de ético não tem nada, a ver que a escolha de Epitácio Cafeteira, que está mais para “epitáfio” –se é que me entendem- para relator das denúncias não passa de uma verdadeira farsa, um deboche que se atira na face da Nação.
Ninguém ignora que Cafeteira, tal como José Sarney, é aliado incondicional do investigado e, como tal, deveria o relator dar-se por impedido, em nome da ética mais elementar. Nós, cidadãos que vivemos neste país, somos obrigados a assistir diariamente a cenas de uma ópera-bufa interminável, tendo como palco o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. O corporativismo se sobrepõe aos poucos parlamentares dignos, cuja voz é abafada pela maioria, que sempre se volta para seus interesses pessoais, ignorando os do Brasil. Tivéssemos um Congresso composto por homens íntegros e não estariam julgando um dos seus. O povo brasileiro paga um preço altíssimo para manter essa gente no poder e eles retribuem envergonhando o país. A desfaçatez era tanta que até o vetusto , caquético e tendencioso Cafeteira pediu afastamento para tratamento de saúde, talvez dano conta de que era uma “batalha perdida”.
Porém o Conselho de Ética foi encontrar nada mais nada menos que o débil mental Wellington Salgado e bota débil nisso. Wellington, para quem não lembra foi o senador que declarou que perdera a vontade de fazer xixi de manhã, dada a quantidade de água necessária para levar o xixi embora. E ainda queria a reconstituição da tragédia do Boeing da Gol que resultou na morte de 154 pessoas.
Menos mal que ainda há alguns parlamentares que honram o mandato como os senadores Pedro Simon, Sérgio Guerra, José Nery e Jefferson Peres e os deputados Raul Jungman, Chico Alencar e Fernando Gabeira. Mas, o achincalhe e o desprezo pelo povo brasileiro promovido pelo Senado chegou ao seu paroxismo com essa pantomima mal escrita, mal dirigida e com atores de quinta categoria. Temos que dar um basta
Comparação – Mentiroso e idiota, assim é nosso presidente que em mais uma pronunciamento à televisão fez duras criticas, agora, ao povo brasileiro, porque, segundo ele, falamos muito mal do Brasil no exterior. Achando pouco, aproveitou para nos comparar com os suíços, dizendo que “nunca vi um suíço falando mal do seu país”.
A questão senhor presidente, é que Vossa Excelência esqueceu de comparar o Estado deles com o nosso. Esqueceu de comparar as Instituições de lá com as de cá. Esqueceu dos políticos e dos empresários bastante diferentes nos dois países. E também esqueceu de comparar o povo suíço com o brasileiro, o que certamente explica porque aqui o senhor foi eleito presidente.
FRASE:“Político hoje é sinônimo de ladrão, bandido, salafrário”
Senador Almeida Lima (PMDB-SE), ardoroso defensor de Renan, reclamando da imagem do Congresso



