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domingo, 13 de julho de 2025

Câncer é segunda causa de morte no País

2007-06-02 09:48:00

As neoplasias ou tumores são a segunda maior causa de morte entre os homens, perdendo apenas para as doenças do aparelho circulatório.

O tema foi debatido durante todo o dia de ontem no Terceiro Fórum de Políticas Públicas e Saúde do Homem, promovido pela Comissão de Seguridade Social e Família. Um dos temas abordados no debate foi o câncer de pênis.

Estudo divulgado nesta semana pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) estima que três mil homens tenham a doença no Brasil. O estado de São Paulo, com a maior população do País, é o que concentra o maior índice de casos. Em seguida vêm Ceará, Maranhão e Rio de Janeiro.

O Brasil, a Índia e alguns países da África são os que apresentam maior incidência de câncer de pênis. Nos Estados Unidos e na Europa, essa doença quase não existe mais. A informação foi divulgada pelo urologista da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) Aguinaldo César Nardi. A doença pode causar a amputação do pênis, das pernas e até a morte do paciente. A prevenção é relativamente simples: basta ter higiene, com água e sabão.

Aguinaldo Nardi, que coordenadou o estudo da SBU, explica que a doença está relacionada à falta de informação, à má higiene da área genital, ao tabagismo e à falta de cuidado médico. “A cada ano, mil homens brasileiros perdem o seu pênis, ou seja, têm um câncer de pênis já em estado avançado e necessitam da amputação do órgão. Alguns deles perdem também as pernas, por causa de metástases, a doença avançar para os linfonodos inguinais e acabar acometendo os vasos que vão até a perna”, informou.

Campanha – Para melhorar o esclarecimento à população, a Sociedade Brasileira de Urologia inicia hoje uma campanha nacional de esclarecimento. Porém, para que o homem passe a cuidar mais de sua saúde, a procurar um médico e a fazer exames preventivos é preciso romper barreiras culturais, como ressaltou a representante do Ministério da Saúde Neidil Espínola da Costa. “Trata-se de fazer mudanças de comportamento. Tradicionalmente, o homem não busca os serviços médicos, não tem hábito de prevenção, chega mais adoecido ao serviço e morre mais precocemente.”

Segundo o presidente da Frente Parlamentar da Saúde, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), a conscientização deve começar pelas autoridades públicas, que precisam investir em campanhas de prevenção e de educação para que se possa reduzir a incidência de doenças mais graves que acometem os homens.

Mapeamento – Um grupo de trabalho formado por integrantes da SBU e técnicos do Ministério da Saúde deverá ser criado para estudar melhor as doenças masculinas, como o câncer de pênis, de próstata e de bexiga e a incontinência urinária. Segundo o presidente da SBU, José Carlos de Almeida, é preciso fazer um mapeamento e melhorar a notificação dos dados para compreender melhor a magnitude de cada uma dessas doenças.

Mortalidade por aids – O representante do programa DST/Aids do Ministério da Saúde José Carlos Pizarro Fragomeni afirmou que a mortalidade por aids tem uma tendência leve ao declínio no cenário geral do País, mas o índice está crescendo nas regiões Norte e Nordeste. Segundo ele, o homem tem o maior risco de adquirir o vírus da aids (HIV), seja por uso de drogas ou pelo sexo sem preservativo.

Ele participou do 3º Fórum de Políticas Públicas e Saúde do Homem
Fragomeni também afirmou que, no Brasil, são esperados 10 milhões de casos de DST curáveis por ano. O que impede o maior controle dessas doenças, segundo ele, é que as pessoas não procuram assistência.

Outro motivo é que muitas das DST não apresentam sintomas. Segundo o expositor, o Brasil tinha, em 2004, 600 mil portadores de DST, incluindo a aids – o que representou metade do número previsto pela OMS para aquele ano. Ainda de acordo com Fragomeni, atualmente, 180 mil pessoas fazem uso da medicação anti-retroviral (usada para combater o vírus da aids).

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