13.2 C
Amambai
sábado, 12 de julho de 2025

Tacuru será palco da 9ª edição dos jogos indígenas

2007-05-30 07:13:00

"O importante não é competir, e sim, celebrar". Em sua sabedoria milenar, a cultura indígena valoriza muito o celebrar. Suas festas são manifestações alegres de amor à vida e a natureza. Têm como referência em suas tradições a espiritualidade, que é a dimensão da vida criada por um ser superior, tendo nos elementos da natureza – árvores, pássaros, animais, rios, lagos, matas – a grandeza da vida. Essa tradição não tem sentido de coisa passada e sim na busca da memória, que é transmitida e atualizada de geração a geração. Respeitando-se assim esses valores, adquirindo o dom da partilha em comemorar uns com os outros, vivendo a gratuidade do festejar, eventos reunindo atividades físicas tradicionais dos índios e modalidades olímpicas convencionais, consolidam o esporte como uma das maneiras de os povos indígenas se comunicarem entre si e com os "brancos".


Entre os dias 12 a 17, à cidade de Tacuru se transformara no palco de um tipo de evento cada vez mais freqüente no Brasil contemporâneo, 18 delegações uma média de 700 atletas indígenas, representantes de várias etnias de diferentes regiões, em competições e demonstrações de práticas como arco-e-flecha, cabo da paz, futebol de campo, futebol Suíço, corrido rústica, natação, voleibol, pesca, atletismo e outras modalidades masculino e feminino.


Trocas culturais entre índios e "brancos", como se sabe, não são nenhuma novidade e o mesmo continua valendo quando olhamos, especificamente, para o domínio da linguagem esportiva no Brasil. Num extremo, atividades físicas dos índios foram aprendidas e "esportificadas" pelos "brancos".


Nos últimos anos, essa espécie de jogos Indígenas vem se repetindo em diversos lugares do país. O marco inicial desse processo por volta do ano de 1994, quando, aparentemente, se realizou a primeira iniciativa com essas características no Brasil: os Jogos da Cultura Indígena, no Mato Grosso. Melhor divulgados pela imprensa nacional seriam, na seqüência, duas edições dos chamados Jogos Abertos Indígenas do Mato Grosso do Sul, em 1995 e 96, ambas na cidade de Campo Grande.


Foram eles que abriram espaço para eventos no modelo Jogos Indígenas, há, portanto, o objetivo de integrar os vários povos indígenas entre si. "Os jogos contribuirão para fortalecer a unidade entre as tribos, outro aspecto marcante dos Jogos Indígenas advém do fato de, em quase todos os casos, serem realizados nas cidades.


Podem, por isso, ser considerados um caso particular de um fenômeno mais amplo, cuja ocorrência no interior do universo de ações indígenas e indigenistas no Brasil vem aumentando, em freqüência e visibilidade social, nos anos mais recentes, as experiências dos Jogos Indígenas, vem somar-se a um vasto conjunto de linguagens e novas tecnologias , como a música, a dança, a fotografia, os grafismos, a cultura material por meio das quais são os índios que vêm até os, habitantes dos centros urbanos.


Inverte-se, assim, o sentido espacial, geográfico, costumeiramente ligado à expressão contato interétnico: de um contato que se concretiza na forma "brancos vão da cidade para a ‘selva’ e encontram índios", passa-se a um outro, em que temos índios indo "da ‘selva’ para a cidade" e encontrando "brancos", no "para branco ver" dos Jogos Indígenas, é possível discernir alguns elementos importantes.


Em primeiro lugar, pelo público que costumam atrair e pelo espaço que alcançam na mídia. O evento terá a frente das organizações a Secretaria Municipal de Educação Esporte Cultara e Lazer do município, em parceria com a escola Cleto de Moraes Costa e a escola Cecília, o evento terá todo o apoio da administração Tacuru no caminho certo. Onde o prefeito Cláudio Rocha Barcelos não vem medido esforços para esta realização.

Leia também

Edição Digital

Jornal A Gazeta – Edição de 11 de julho de 2025

Clique aqui para acessar a edição digital do Jornal...

Enquete