2007-05-19 22:30:00
Um levantamento preliminar feito pela Controladoria-Geral da União sobre contratos firmados entre o governo Federal, estados e municípios com a construtora Gautama, investigada na Operação Navalha, mostra que a União pagou R$ 103,1 milhões à construtora entre 2000 e 2006.
A Gautama é a empresa de Zuleido Soares Veras, apontado pela PF como chefe do esquema que fraudava licitações e desviava dinheiro de obras públicas.
Segundo o relatório divulgado pelo site da CGU, a empresa firmou contratos no valor de R$ 157 milhões diretamente com órgãos federais, sendo que “desse total, R$ 142,8 milhões correspondem a contratos celebrados entre os anos de 2000 a 2002 e R$ 13,2 milhões contratados entre 2003 e 2006”. Mas o valores "efetivamente pagos" no período, segundo a CGU, chegou ao total de R$ 103,1 milhões.
A lista de pagamentos ano a ano, de acordo com o levantamento da CGU é a seguinte:
2000 – R$ 13,2 milhões
2001 – R$ 17,8 milhões
2002 – R$ 22 milhões
2003 – R$ 6,5 milhões
2004 – R$ 15,5 milhões
2005 – R$ 9,4 milhões
2006 – R$ 18,7 milhões
Segundo a CGU, os dados referem-se apenas ao CNPJ principal da Construtora Gautama Ltda., não estando incluídas outras empresas do mesmo grupo, nem consórcios das quais ela participa.
Em relação aos convênios com estados e municípios, os principais valores identificados até agora pela CGU são:
– Para o estado de Alagoas – Sistema Pratagy: convênio no valor de R$ 77,8 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram liberados;
– Para o estado de Sergipe – Adutora do Rio São Francisco: convênio no valor de R$ 68,4 milhões, dos quais R$ 42,9 milhões foram liberados;
– Para a Prefeitura de Camaçari (BA): convênio no valor de R$ 11,5 milhões, dos quais R$ 1,95 milhão foi liberado.
Obras públicasA página da internet "Portal da Transparência" (www.portaltransparencia.gov.br) traz uma lista de dotações orçamentárias pagas para a construtora, mas somente do período de 2004 a 2006. O conteúdo pode ser buscado também por meio de um link na página da CGU (www.cgu.gov.br).
Os dados do Portal da Transparência mostram que, em 2004, dos R$ 15,5 milhões liberados pelo governo federal para obras públicas, R$ 14 milhões foram para a Diretoria Técnico Científico (Ditec) e para o Departamento da Polícia Federal (DPF), para construção e ampliação de instalações no Amazonas, em Brasília.
Neste último caso, para ampliação do Instituto Nacional de Criminalística recebeu a maior parte dos recursos. Foram contratados também valores por meio do Departamento Nacional de Infra-Estrutura (Dnit) para a restauração de rodovias federais.
Em 2005, a Gautama, que recebeu R$ 9,4 milhões, foi contratada novamente pelo Dnit para restauração e construção de rodovias federais. O levantamento do "Portal da Transparência" mostra, entre as obras, estão trechos de rodovias na Bahia e Amazonas.
No ano passado, com contratos de R$ 18,7 milhões, também por meio do Dnit, a construtora atuou na reforma de estradas na Bahia e na construção de outros trechos no Amazonas.
PresosNa madrugada deste sábado (19), o último foragido se entregou à Polícia Federal. Zaqueu de Oliveira Filho era funcionário da Prefeitura de Camaçari (BA).
Pela manhã, advogados dos presos na sede da PF, em Brasília, recorreram à OAB para ter acesso aos seus clientes. Os presos estão reunidos em grupos nas celas e só podem falar com os advogados no parlatório, usando telefones. O ministro Gilmar Mendes deve julgar, ainda neste sábado, 12 pedidos de habeas corpus feitos pelos advogados.