2007-05-18 22:27:00
Um levantamento divulgado hoje – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – indica crescimento do risco de ocorrência desse tipo de crime nas estradas federais que passam por Mato Grosso do Sul, o terceiro Estado no País em número de pontos usados para exploração sexual. Conforme os dados divulgados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), foram localizados, em MS, 143 pontos no mapeamento atual, 42 a mais que no anterior, quando foram encontrados 101 pontos. Em percentual, o aumento é de 41,5%.
Considerando que são 3 mil quilômetros de rodovias federais em Mato Grosso do Sul, o levantamento indica um ponto de exploração sexual a cada 20 km. Normalmente, conforme os dados da PRF, os locais mais críticos são pátios de postos de combustíveis, bares, restaurantes e prostíbulos situados à margem das rodovias.
Situação nacional – A PRF aponta um agravamento nacional do quadro nas estradas, com aumento de 55% no número de locais onde crianças e adolescentes são explorados sexualmente. No total, o número aumentou de 1.222, em 2006, para 1918 este ano, em mais de 60 mil km de rodovia. Fazendo as contas, dá um ponto a cada 31 quilômetros..
O estado que aparece com o maior número de locais onde crianças e jovens vendem sexo é Minas Gerais, com 290, 100 a mais que no ano passado. Em segundo lugar vem o Rio Grande do Sul, onde foram identificados 217 locais de risco de exploração sexual de crianças e adolescentes, número quatro vezes maior que o de 2006, quando foram mapeados 52 pontos.
Em seguida, vem Mato Grosso do Sul, que manteve-se na terceira posição.
Ressalva – Ao divulgar os dados, o chefe de Comunicação Social da PRF, inspetor Alexandre Castilho, afirma que o aumento de pontos mapeados este ano em relação a 2006 não significa necessariamente que o problema tenha se agravado no País. Segundo ele, a estrutura da PRF para realizar o levantamento é maior, tanto em termos de policiais como de conhecimento. “Estudos passados ofereciam bastante subsídio para as ações repressivas e preventivas, mas talvez não estivessem tão próximos dos números reais. Cada dia mais, cada vez que a PRF solta uma nova edição desse estudo, certamente os números são mais próximos da realidade e podem garantir ainda mais precisão na identificação desses pontos”, disse Castilho.
Da mesma forma, disse Castilho, não é possível afirmar que Minas Gerais seja o estado onde o problema da exploração sexual de crianças e adolescentes é mais grave, embora o número de pontos considerados de risco seja maior. Segundo ele, Minas Gerais é a unidade federativa com a maior malha viária do país, com mais de dez mil quilômetros de estradas federais.
De acordo com a PRF, o mapeamento tem o objetivo de orientar ações preventivas e repressivas da PRF. Só este ano, a Corporação encaminhou 65 crianças e adolescentes em situação de risco aos conselhos tutelares. No ano passado, 127 foram levados às redes de proteção. O levantamento também deve ajudará a planejar a atuação de parceiros como a Secretaria Especial dos Direitos Humanos e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e a Organização Internacional do Trabalho.
