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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Zona de vigilância assusta e pecuaristas se manifestam

2007-05-17 02:27:00

A zona de alta vigilância sanitária na fronteira entre Brasil e Paraguai, acertada em reunião realizada no último dia 11 em Pedro Juan Caballero (Paraguai), com representantes dos dois países, colocou em alerta os pecuaristas da faixa de fronteira, especialmente de municípios que não foram atingidos pela aftosa, mas que serão prejudicados pela medida, uma vez que se encontram na faixa estabelecida, que é de 30 km (15 km para o lado de lá e 15 km para o lado de cá) conforme sugestão da OIE (Organização Internacional de Epizootias).

Diversos municípios serão prejudicados, como é o caso de Iguatemi, que terá parte de seu território abrangido pela zona sanitária. A preocupação não é só dos produtores, mas também dos administradores, conforme o prefeito de Iguatemi, Lídio Ledesma (PDT), que tem se mostrado preocupado com a medida, “pois afetará diretamente a economia desses municípios”, disse.

Preocupados com a situação, produtores de diversos municípios que serão afetados pela criação da zona de vigilância reuniram-se para debater o assunto, pois consideram que as medidas tomadas pelos dois países, Brasil e Paraguai, são de “exclusão e discriminação em relação às áreas que não se encontram na zona infectada”, conforme manifesto divulgado e assinado pelo produtor rural Luiz Carlos Pantalena em nome de todos os produtores da faixa de fronteira.

A INTEGRA DO DOCUMENTO:

Os produtores rurais do Estado de Mato Grosso do Sul, dos municípios abrangidos pela faixa de 15 quilômetros da fronteira com o Paraguai, vêm a público para esclarecer que não concordam com as medidas aprovadas pelas autoridades sanitárias do Brasil e do Paraguai, acertadas no último dia 11 de maio, na cidade de Pedro Juan Caballero, Paraguai, por conterem medidas de exclusão e discriminação em relação às áreas que não se encontram na zona infectada.

As medidas propostas nos colocam em igualdade de condições, no que diz respeito às restrições sanitárias impostas aos municípios onde houve a circulação viral.

Não buscamos o confronto com as autoridades, pois entendemos serem necessárias a tomada de medidas em conjunto entre os governos brasileiro e paraguaio, porém não podemos concordar com a perda, sem qualquer justificativa técnica, de nossos direitos de cidadãos e, principalmente, de produtores rurais geradores de riquezas e de empregos em nossa região.
Acreditamos que em face das tantas dificuldades que o setor rural vem enfrentando nos últimos anos, não podemos nos calar diante de uma proposta discriminadora, que vem sem qualquer respaldo técnico, criar barreiras sanitárias inconseqüentes e desnecessárias à classe que mais contribui para o crescimento do Brasil.

O documento foi assinado por Luiz Carlos Pantalena, Presidente da Comissão dos Produtores dos Municípios de Fronteira.

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