2007-05-17 15:54:00
O detento do presídio federal de Campo Grande Aldo José Marques Brandão, condenado por tráfico de drogas, publicou nesta terça-feira um informe publicitário no jornal "Correio do Estado", o de maior circulação de Mato Grosso do Sul.
Na nota paga intitulada "Esclarecimento ao Povo", Brandão afirma não ter vínculo com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Nega também ter recebido ordem da facção para encomendar a morte do juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Odilon de Oliveira.
A nota, de 9,6 cm de largura por 15 cm de altura, custa R$ 810 na tabela de preços do jornal. A defesa de Brandão informou que a nota foi publicada a pedido dele e paga com dinheiro da família.Em agosto de 2004, Odilon condenou Brandão a 27 anos de prisão por crimes de tráfico, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. O juiz determinou ainda a perda dos bens de Brandão –uma fazenda de 493 hectares e R$ 875 mil.
Brandão cumpria pena na penitenciária de Dourados (MS). Na sexta-feira passada (11), foi transferido para o presídio federal, a pedido da Secretaria da Segurança Pública do Estado."A secretaria me informou que havia um plano [de Brandão] para me matar", afirma Oliveira, que é juiz das execuções penais do presídio federal. "Eu teria que fazer um estudo mais apurado do caso para saber se a nota violou alguma norma de segurança", afirmou o juiz.
O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) informou que não houve falha na segurança. A publicação deve ter sido feita por alguém da família ou por advogados do presidiário, informou o Depen. Segundo o órgão, o presidiário tem direito de apresentar defesa em jornais.