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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Morte de funcionário da Receita foi queima de arquivo

2007-05-17 21:04:00

Foi queima de arquivo o assassinato do funcionário da Receita Federal Carlos Renato Zamó, que teve o corpo queimado, no próprio carro, em outubro do ano passado, na MS-295, na região de Eldorado, no Sul do Estado.

A investigação da PF (Polícia Federal), que prendeu hoje quatro dos sete acusados de envolvimento no crime aponta que o fiscal da Receita recebia propina de contrabandistas e decidiu sair do esquema.
Entre os presos está o ex-prefeito de Eldorado, Pedro Balan, cuja família é investigada por participação em um esquema de contrabando.

O delegado responsável pelas investigações, Edgar Paulo Marcon, detalhou hoje à tarde a apuração. De acordo com ele, Carlos Renato dava apoio às ações do grupo liderado por Roque Fabiano Silveira, apontado como dono de indústria de cigarro no Paraguai e suspeito de outros crimes, e que hoje está foragido. O funcionário público trabalhava em Mundo Novo, que faz fronteira com o Paraguai e divisa com o Paraná.

Carlos Renato ganhava, segundo as apurações da PF, US$ 8 mil por mês fazendo vistas grossas ao contrabando de cigarro e foi morto depois de ameaçar sair do esquema e ainda denunciar os crimes.
Foram presos hoje como envolvidos no assassinato o ex-prefeito de Eldorado, Pedro Luiz Balan, Luiz Carlos Favato de Aro, conhecido como “Tiozinho”, o policial militar Julio Cezar Roseni, e Antônio José da Silva Júnior, conhecido como “Peba”.

Outros três acusados do crime continuam foragidos, Roque Fabiano Silveira, Alcides Carlos Grejianin, que também é tido como um dos chefes do contrabando na região de fronteira, além de Wilson Francisco de Oliveira. A polícia acredita que Grejianin tenha conseguido fugir graças a rede de comunicações que têm na região.

Reunião – Conforme o que foi apurado, a decisão de matar o funcionário da Receita foi tomada durante uma reunião entre os quatro presos hoje. Elas chegaram a cogitar aumentar a propina paga a Carlos Renato, o que não foi aceito. A idéia teria sido de Balan, considerando um "assessor" dos chefes dos crimes, por conhecer a região e saber quais funcionários poderiam aceitar ser corrompidos.

De acordo com o delegado Edgar Marcon, coube a Antônio José da Silva Júnior a Luiz Carlos Favato de Aro a execução do assassinato. A vítima foi queimada viva, dentro do carro.

A polícia descobriu que Carlos Renato tinha um patrimônio que não combina com o padrão de um funcionário público federal. Era dono de uma aeronave, de uma indústria legal no interior de São Paulo, onde mantinha família, além de imóveis.

O delegado disse que por enquanto não há indícios de outros funcionários federais envolvidos com os contrabandistas. Segundo ele, se houver provas nesse sentido, eles serão presos, em uma investigação derivada do inquérito que apura o homicídio. Os envolvidos presos hoje estão com prisão temporária decretada, por 30 dias, prorrogáveis. Os quatro estão na carceragem da Polícia Federal.



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