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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Dólar fecha a R$ 1,954, na maior queda diária em 11 meses

2007-05-16 20:30:00

O Banco Central tentou, mas não conseguiu evitar que o dólar registrasse nesta quarta-feira (16) a maior queda diária em 11 meses, diante da contínua entrada de dinheiro e da melhora na classificação brasileira pela agência internacional de classificação de risco Standard & Poor’s.

O dólar fechou em queda de 1,41%, negociado a R$ 1,954. Foi o quarto dia seguido de queda, o que colocou a moeda na menor cotação desde 16 de janeiro de 2001.

O entusiasmo atingiu também o mercado de ações: a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa)encerrou o dia com alta de 2,41% e bateu novo recorde de pontuação, aos 51.737 pontos.

O Banco Central voltou a fazer leilão de "swap cambial reverso" – operação que funciona como compra futura da moeda americana – no dia e vendeu o equivalente a US$ 1 bilhão de dólares. Além disso, o BC fez leilão de compra de dólares no mercado à vista e aceitou dez propostas, segundo um operador.

Nota de investimento – Nesta quarta-feira, em especial, somou-se ao fluxo uma forte entrada da moeda puxada pela notícia de que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s colocou a nota do Brasil a um degrau abaixo do grau de investimento (classificação dos países que são mais confiáveis para se investir). A nota do país subiu de "BB" para "BB+"; na semana passada, a Fitch já havia colocado o Brasil na mesma posição.

Para analistas, a melhora da nota do Brasil por mais uma agência de rating internacional vai contribuir ainda mais para a trajetória da moeda "ladeira abaixo". "Isso só vem a incentivar mais ainda os investidores estrangeiros a virem para cá, a preocupação agora é onde vai parar esse dólar, é a pergunta que não calar", afirmou Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy. 

Barreira – O dólar rompeu na terça-feira (15) a barreira de R$ 2, fazendo o mercado questionar qual seria o comportamento do BC, que havia diminuído o ritmo das atuações nos últimos dias. Pedro Jobim, economista do banco ING, comentou que havia dúvidas se o BC iria defender a marca de R$ 2. "Da outra vez que chegou bem perto, o BC entrou com um leilão forte", lembrou.

De acordo com a corretora Link, os analistas são unânimes em apostar que, "se o BC continuar manso", o dólar pode chegar a R$ 1,85. Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez, ponderou que o preço baixo da moeda começa a atrair algumas compras de dólares, especialmente no mercado futuro. "Eu não vejo o (dólar) com sustentabilidade abaixo de R$ 1,975. É um pouco fora da realidade", comentou.

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