28.1 C
Amambai
sábado, 28 de junho de 2025

André :administração mais enxuta

2007-04-30 14:24:00

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) incha o governo, triplicando o número de ministros em relação ao que possuía o ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB), em Mato Grosso do Sul o governador André Puccinelli (PMDB) dá bom exemplo e figura no seleto grupo de oito governantes que optaram por uma administração mais enxuta, como recomendam os especialistas em gestão pública.

André Puccinelli encontrou a máquina estadual composta por 15 secretarias de Estado criadas pela administração do ex-governador Zeca do PT e reduziu para 11 pastas. Ao assumir o governo no dia 1º de janeiro, o governador encontrou Mato Grosso do Sul com a obrigatoriedade de pagar a dívida de R$ 6,4 bilhões ao governo federal com juros da taxa Selic, além de precatórios e dívidas de curto prazo que chegavam a R$ 1 bilhão.

Foi assim que justificou, não só o enxugamento da máquina administrativa, como ainda a composição de sua equipe de governo, adotando o critério da capacidade técnica para a escolha dos secretários. Seguiram o exemplo de André Puccinelli os governadores de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB), do Distrito Federal, José Arruda (DEM), do Maranhão, Jackson Lago (PDT), do Ceará, Cid Gomes (PSDB), da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e do Sergipe, Marcelo Deda (PT).

O maior corte aconteceu em Alagoas, onde o governador Teotônio Vilela reduziu de 46 para 19 o número de secretários. Outras duas reduções expressivas ocorreram no Distrito Federal, onde José Roberto Arruda diminuiu de 36 para 16 as secretarias, e no Maranhão, onde Jackson Lago reduziu de 53 para 33. No Rio de Janeiro, Cabral reduziu de 31 para 19 secretarias e, no Ceará, eram 26 e agora são 21, enquanto em Sergipe, Déda diminuiu de 29 para 25 pastas. Já Cunha Lima cortou duas na Paraíba (de 19 para 17). Dos oito que cortaram pastas, somente um, Cássio Cunha Lima, faz parte do grupo dos 14 governadores reeleitos.

Ouvido pelo G1, Fernando Abrucio, professor da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas) e da PUC-SP e especialista em gestão pública, disse que o corte de secretarias é uma tendência até normal. “Quem foi eleito agora tem um fôlego político maior e pode fazer mais mudanças. Quem foi reeleito sabe que o segundo mandato é mais difícil do que o primeiro, portanto, a tendência é ele tentar aumentar sua base política”, disse.

Normalmente, uma estrutura mais coordenada é uma estrutura mais enxuta, que tem uma lógica mais intrasetorial, ou seja, você tem ministérios e secretarias que conseguem fazer articulação entre os setores, como explicou Abrucio. Num levantamento feito hoje pelo G1, outros 15 governadores ampliaram o número de pastas após a reforma.

Os governadores da Bahia, Jaques Wagner (PT), de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), do Pará, Ana Júlia (PT), do Piauí, Wellington Dias (PT), e de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), foram os que mais incharam a estrutura de seus governos em relação ao governo anterior. Em Pernambuco, Eduardo Campos criou nove secretarias especiais, enquanto na Bahia, Jaques Wagner ampliou em seis o número de pastas, uma a menos que Ana Júlia no Pará.

Luiz Henrique anunciou a criação de mais seis secretarias regionais em Santa Catarina e Wellington Dias criou cinco no Piauí. Nos demais, a ampliação de secretarias ou pastas com status de secretarias foi pequena. No Espírito Santo (29), Minas Gerais (19), Rio Grande do Norte (23) e São Paulo (25), há dois secretários a mais. No Amapá (32), Mato Grosso (22), Paraná (30), Rio Grande do Sul (22), Rondônia (8) e Tocantins (25), a reforma gerou uma pasta a mais.

Leia também

Edição Digital

A Gazeta Magazine chega à 3ª edição com conteúdo diversificado

Redação A Gazeta Magazine chega à sua terceira edição reafirmando...

Enquete