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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Tecnologia:Novos códigos de barra falam com celular

2007-04-09 11:32:00

Parece coisa de filme de ficção futurista: pessoas à procura de casa dirigem por uma rua e passam por uma placa de "vende-se", param o carro e apontam o telefone celular para a placa. Clicando em um botão, a tela do celular exibe o preço solicitado, o número de quartos e banheiros e muitos outros detalhes sobre a casa.

Especialistas em comunicação dizem que os telefones celulares, os canivetes suíços da tecnologia, estão rapidamente se voltando nessa direção. A nova tecnologia, já em uso em algumas regiões da Ásia, mas ainda em fase de desenvolvimento nos Estados Unidos, permite que os telefones conectem objetos de uso cotidiano à internet.

Em sua nova encarnação, os telefones celulares tornam-se um tipo de controle remoto digital, segundo definição de um executivo da CBS. Por meio de ondas, o telefone é capaz de ler informações codificadas em objetos de uso cotidiano e traduzi-las em vídeos, fotos ou arquivos de texto na tela do aparelho.


 Já em uso No Japão, os clientes do McDonald’s já podem apontar o telefone celular para a embalagem dos sanduíches e obter informações nutricionais na tela do aparelho. Os usuários da nova tecnologia naquele país também podem apontar o telefone para anúncios de revistas para obter cotações de seguro e embarcar em aviões usando o telefone em vez de bilhetes de papel. Os promotores de filmes podem enviar trailers a partir de cartazes.

Os anunciantes dizem que estão interessados em oferecer recursos semelhantes nos Estados Unidos, mas os telefones celulares nos EUA não são vendidos com o software necessário. Por enquanto, os consumidores precisam fazer o download da tecnologia por conta própria.

Até agora, na maior parte do mundo, a navegação pela web esteve separada das atividades cotidianas como tomar o trem, assistir à televisão e dirigir. Mas a nova tecnologia pode colocar um fim nessa separação.

“Depois de usar esse produto, você não vai mais querer voltar ao seu PC”, declarou Tim Kindberg, pesquisador sênior do laboratório da Hewlett-Packard em Bristol, Inglaterra. “Você pode estar do lado de fora deste prédio e desejar mais informações. Chamamos isso de ‘hyperlink físico’”.

Quase da mesma forma pela qual as publicações na web decolaram devido à capacidade de vínculo aos sites de outras pessoas, as tecnologias de telefones celulares que vinculam objetos cotidianos à web revelariam os atributos digitalmente codificados de coisas tangíveis em estantes de mercados ou bancas de jornal.

“Todas as coisas no mundo físico possuem informações a elas relacionadas eletronicamente em algum local, inclusive você mesmo e a bancada onde está sentado”, afirmou Chas Fritz, diretor executivo da NeoMedia Technologies, uma das empresas que desenvolvem esses recursos para telefones celulares.


 Código de barras A maneira mais promissora de vincular telefones celulares a objetos físicos é a mais nova geração de códigos de barra: mosaicos em formato quadrado de caixas preto e branco capazes de reter muito mais informações do que os códigos de barra tradicionais. As câmeras dos telefones celulares escaneiam os códigos e estes, em seguida, são transformados em vídeos, música ou texto na tela do aparelho.

Universidades e empresas de tecnologia norte-americanas fizeram experiências com os códigos em seus laboratórios durante muitos anos. Agora, à medida que mais celulares são vendidos já equipados com câmeras e com a capacidade de executar pequenos programas de computador, os códigos estão começando a aparecer em carteiras de motorista e rótulos de postagem, sobretudo para uso comercial.

No Japão, os códigos só se popularizaram depois que as maiores empresas de telefonia celular começaram a carregar os leitores de códigos em todos os equipamentos novos há alguns anos. Hoje, milhões de pessoas possuem o recurso embutido nos aparelhos, e as empresas, por sua vez, estão utilizando-o em toda a parte –- cartazes, placas de ruas, materiais publicados e até embalagens de comida.

“Há três coisas que as pessoas tendem a carregar –- as chaves, a carteira e o telefone”, disse Rishad Tobaccowala, diretor executivo da Denuo, uma unidade da Publicis Groupe dedicada às novas e futuras tecnologias. “É possível ver alguma coisa na propaganda em um local, escaneá-la com o telefone e lembrar dela mais tarde na hora de fazer compras. Imagine, posso comprar usando o meu telefone”.

No Japão, alguns cartazes em estradas possuem códigos grandes o suficiente para que os motoristas de passagem os leiam por meio do celular. Os hospitais os colocam nas prescrições, permitindo que as farmácias escaneiem instantaneamente as informações médicas em vez de lê-las. Os supermercados os prendem às embalagens de carne e ovos fornecendo dados como data de validade e até o nome dos produtores.


 Fusão de técnicas A nova tecnologia permitiria que os telefones lessem os códigos a partir da tela dos computadores também. Passageiros de trens ou ônibus, que viajam todos os dias de uma cidade para outra, apressando-se para sair, poderiam escanear sites web na tela do computador usando os telefones para carregar o conteúdo consigo. Os usuários do MySpace poderiam colocar um código nas páginas pessoais, assim seus amigos poderiam rapidamente transferir os perfis para seus telefones.

As empresas de tecnologia sem fio possuem outras opções que ajudariam os celulares a interagir com o mundo físico. Elas poderiam, por exemplo, adotar um software de reconhecimento de imagem, que permitiria que os telefones reconhecessem tudo –- uma lata de Coca-Cola, digamos –- e enviasse mensagens relacionadas. Há ainda as mensagens de texto, atualmente a forma mais comum usada pelos anunciantes para interagir com os consumidores pelo telefone, que possuem muitas aplicações para o anunciante.

Ainda que as empresas de tecnologia sem fio adotem os códigos de barra, elas terão diversos formatos para escolher. Os usados com mais freqüência chamam-se Semacode, QR Code e Qode.

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