2007-04-05 13:51:00
O palhaço do Planalto
Até onde podemos enxergar, a decência, a competência e a lealdade nunca fizeram parte dos hábitos do atual presidente da República. É um homem de duas caras que diz uma coisa e faz outra. Uma pessoa a quem eu não confiaria meu cachorro. Além disso, vem dando aulas de inépcia e displicência num total desgoverno. Nas poucas vezes que teve que administrar dificuldades no primeiro mandato, simplesmente se escondeu, ausentou-se, bravateou quando a situação estava periclitante e, pior, transferiu para os outros a responsabilidade do ocorrido – a bem da verdade, diga-se, que isso é prática comum disseminada dentro do PT.
No mais, tagarelava baboseiras s sempre preferencialmente mudando de assunto, fazendo muita piada sem graça e inoportuna para os puxa-sacos gargalharem de orgulho pela suposta simpatia do chefe , mostrando-se bastante hábil – talvez sua única virtude – na arte de a ignorância de grande parte da população brasileira.
Entrando no quinto ano dentro do Palácio do Planalto e teoricamente governando o país, com um falta de vergonha "que nunca ninguém viu antes na história desse país" continua a usar os mesmos expedientes para explicar o inexplicável e o célebre "eu não sabia!"
Passados seis meses de crise aérea ele se diz surpreso com o sucateamento do equipamento usado pelos controladores.
É mentira do presidente, ele tanto sabia, que quando tomou conhecimento que este foi um dos motivos do acidente do vôo 1907, estufou o peito e bravateou, que não interessava o custo, mas o equipamento seria substituído e até seria comprado um de reserva.
Lula se diz decepcionado com o ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, que não teria informado sobre os problemas na área. O brigadeiro Bueno informou sim, ele é empurrou com a barriga achando que tudo se resolveria sozinho.
Lula ainda disse que os controladores fizeram "jogo baixo" com o Presidente da República. "Eles me apunhalaram pelas costas", disse. "Só esperaram eu sair do país para causar confusão." Como se com ele por aqui já não houvesse balburdia de sobra.
Lula reportava-se à crise da última sexta-feira. Naquele dia, enquanto voava para os EUA, sargentos que cuidam do controle de vôo amotinaram-se no Cindacta 1, em Brasília. A bordo do Aerolula, o presidente foi comunicado sobre o caos, que provocou a paralisação dos aeroportos brasileiros por cinco horas.
Referindo-se à negociação feita, em seu nome, pelo ministro Paulo Bernardo, Lula disse não ter autorizado o auxiliar a comprometer-se com o cancelamento de punições impostas aos controladores pela Aeronáutica. Tampouco o autorizara a prometer que os sargentos sublevados não sofreriam sanções por conta do motim de sexta-feira. Olha ele aí tirando o corpo fora novamente. É um traíra.
Agora, depois de ter sido pressionado pelos comandantes militares que ele descaradamente desautorizou, o presidente resolveu endurecer o tratamento dispensado aos sargentos que trabalham no controle do tráfego aéreo e passou a considerar sem validade o acordo firmado na semana passada, quando o governo se comprometeu a melhorar os salários da categoria e a rever punições disciplinares. Foi abandonada também a idéia de promover o quanto antes a desmilitarização do setor. O ministro do Planejamento que se reuniu com controladores, disse que as conversas só vão avançar se o clima for de tranqüilidade, ‘sem faca no pescoço’. Após o encontro, líderes da categoria admitiram que agora estão sem força para promover novas paralisações. Durante solenidade no Estado-Maior da Aeronáutica, o comandante da Força defendeu os ‘princípios basilares da hierarquia e disciplina’.
Resumo da ópera: Lula tem ‘um passado que o condena’. Um passado mais remoto que o vincula a greves, ocupações violentas de empresas e badernas nas portas das fábricas do ABC que lhe deu notoriedade internacional e um passado menos remoto, mas não menos comprometedor, que o conecta umbilicalmente a um partido político que chafurdou na lama do mensalão.
Com essa bagagem não poderia, agora, mostrar pulso e autoridade moral para enfrentar quaisquer quebras de disciplina civil ou militar. O pior é que, dado a bravatas, dá ordens que são publicamente desrespeitadas por seus subordinados, desautoriza aquele cuja autoridade deveria valorizar e como não podia deixar de ser: posa de palhaço.