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sexta-feira, 11 de julho de 2025

ONG e Prefeitura de Amambai organizam Encontro da Mulher

2007-03-16 13:45:00

                O Movimento de Mulheres de Amambai e a Prefeitura Municipal realizam neste sábado, 17, o 2º Encontro da Mulher Amambaiense. O evento acontece no Salão Paroquial, a partir das 14 horas.

                O 2º Encontro da Mulher Amambaiense é aberto à toda a comunidade e conta com a participação das secretarias municipais de Saúde, de Educação e de Administração e comércio em geral. Estarão sendo disponibilizadas três linhas de ônibus, a partir das 13h30, saindo dos bairros com destino ao local do evento. Os locais de saída são Escolas Municipais João Rodrigues (Hípica) e Flávio Derzi (Limeira); Escolas Municipais Júlio Manvailer (Integradas) e Maria Bataglin (Panorama) e Escola Municipal Marlene Vilatinho (Cristina).

.               Na oportunidade, serão oferecidas diversas atividades voltadas para as mulheres, palestras, atendimentos e apresentações culturais. Em 2006, foi realizado o 1º Encontro da Mulher Amambaiense. O evento  reuniu centenas de mulheres de diferentes idades, raças, credos e classes sociais. “Estamos aqui também para homenagear as mulheres, valorizando-as e reconhecendo suas importâncias nas famílias e para a sociedade como um todo”, falou a coordenadora do evento em 2006 e neste ano, a professora Maria Helena Rozin Barbosa.

                Para Adélia Aparecida Pereira, uma das coordenadoras do evento neste ano, a conquista principal e atual no Brasil para as mulheres e que será destacada no Encontro é a aprovação da lei Maria da Penha, que cria mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra mulher.

Lei Maria da Penha –  A Lei de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher foi sancionada pelo presidente Lula no dia 7 de agosto deste ano e recebe o nome de Lei Maria da Penha Maia. O projeto foi elaborado por um grupo interministerial a partir de um anteprojeto de organizações não-governamentais.                Com a lei, acredita-se que o número de denúncias possa aumentar.  A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres colocou à disposição um número de telefone para denunciar a violência doméstica e orientar o atendimento. O número é o 180, que recebe três mil ligações por dia.

                Em Amambai, a Delegacia de Polícia Civil possui uma sala de atendimento à mulher que é coordenado pela servidora Leda Andrade. Este serviço foi uma conquista do Movimento de Mulheres de Amambai que vem lutando também pela criação de uma Delegacia Especial da Mulher.

O caso Maria da Penha –  A biofarmacêutica Maria da Penha Maia lutou durante 20 anos para ver seu agressor condenado. Ela virou símbolo contra a violência doméstica.

                Em 1983, o marido de Maria da Penha Maia, o professor universitário Marco Antonio Herredia, tentou matá-la duas vezes. Na primeira vez, deu um tiro e ela ficou paraplégica. Na segunda, tentou eletrocutá-la. Na ocasião, ela tinha 38 anos e três filhas, entre 6 e 2 anos de idade. A investigação começou em junho do mesmo ano, mas a denúncia só foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro de 1984. Oito anos depois, Herredia foi condenado a oito anos de prisão, mas usou de recursos jurídicos para protelar o cumprimento da pena.

                O caso chegou à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que acatou, pela primeira vez, a denúncia de um crime de violência doméstica. Herredia foi preso em 28 de outubro de 2002 e cumpriu dois anos de prisão. Hoje, está em liberdade.

                Após às tentativas de homicídio, Maria da Penha Maia começou a atuar em movimentos sociais contra violência e impunidade e hoje é coordenadora de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV) no seu estado, o Ceará.

Quatro agressões por minuto – O caso de Maria da Penha Maia não é isolado e muitas mulheres sofrem agressão dentro de casa. O espancamento atinge quatro mulheres por minuto no Brasil. E acrescentou que muitas não denunciam por medo ou vergonha de se expor.

                Uma pesquisa realizada em 2001 pela Fundação Perseu Abramo estima a ocorrência de mais de dois milhões de casos de violência doméstica e familiar por ano. O estudo apontou ainda que cerca de uma em cada cinco brasileiras declara espontaneamente ter sofrido algum tipo de violência por parte de algum homem.

                Dentre as formas de violência mais comuns destacam-se a agressão física mais branda, sob a forma de tapas e empurrões, sofrida por 20% das mulheres; a violência psíquica de xingamentos, com ofensa à conduta moral da mulher, vivida por 18%, e a ameaça através de coisas quebradas, roupas rasgadas, objetos atirados e outras formas indiretas de agressão, vivida por 15%.

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