2007-03-13 16:48:00
Após quase duas semanas do último pente-fino realizado na Colônia Penal de Campo Grande, a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) fez na manhã desta terça-feira outra revista na unidade penal.
Foram encontrados nas celas 114 papelotes de pasta base, R$ 950, 26 trouxinhas de maconha e sete tabletes da mesma droga, 40 armas artesanais, 43 aparelhos de celular, 42 carregadores, dois aparelhos de som de veículo, nove cachimbos utilizados para fumar entorpecente e 22 garrafas de bebidas alcoólicas (pinga, conhaque e batidinha).
Dos 260 nomes que estão na relação de internos da unidade, 228 estavam presentes. Dos 32 ausentes, sete são fugitivos e os demais haviam saído para trabalhar em empresas privadas e orgãos públicos.
A operação envolveu 280 policiais – entre civis e militares – e 15 servidores da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). Eles vasculharam desde a madrugada celas e demais dependências da Colônia e a área ao redor, onde há duas semanas, internos foram flagrados retornando para a unidade após terem passado a noite fora.
Para o presidente do Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), Fernando Anunciação, os dois agentes responsáveis diariamente pela unidade “não têm condições de controlar os presos”. Segundo ele, na prática, “é o preso quem manda aqui”, disse referindo-se a unidade, que na opinião dele deveria ser desativada e instalada em outro local.
O sindicalista afirmou ainda que se a Colônia for mantida onde está, o entra e sai de internos e objetos ilícitos não irá acabar. “Não adianta nada fazer uma operação hoje. Se tiver outra daqui a cinco dias vão encontrar as mesmas coisas”.
No pente-fino realizada há duas semanas, também foram encontrados entorpecentes, armas artesanais, bebidas alcoólicas e eletrônicos. Foram apreendidos ainda uma motocicleta furtada, revólver, HD de computador e capacetes.
Uma semana após a realização da primeira operação, três prostitutas foram flagradas em frente a unidade após terem passado a noite com os presos. Situações que levaram à exoneração do diretor do estabelecimento penal.
Participaram do trabalho Getam (Grupo Tático de Motos), Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), Garras (Grupo Armado de Repressão e Resgate a Assaltos e Seqüestros) e Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), com apoio do Corpo de Bombeiros.
Operações como esta devem ser realizadas constantemente e foram determinadas após a prisão de vários fugitivos, alguns após cometerem crimes como roubos e sequestros relâmpagos.O objetivo da Sejusp é acabar com esta situação.