2007-02-14 21:16:00
Uma quadrilha responsável pelo contrabando de agrotóxicos em quatro Estados foi desmantelada nesta quarta-feira (14 de fevereiro) pela Polícia Federal ,que efetuou a prisão de 21 pessoas. Conforme a Agência Estado, o grupo participaria da venda ilegal do produto, de origem chinesa e que entraria no País pelo Paraguai, através do lago de Itaipu. A base de operações do grupo seria em Guaíra, no oeste paranaense – na divisa com Mato Grosso do Sul, por Mundo Novo. O grupo comercializaria o agrotóxico no Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina.
O agrotóxico seria adquirido no Paraguai e colocado em embalagens fabricadas em Maringá/PR, com os rótulos sendo impressos em Guaíra. O produto entrava clandestinamente no País por meio de barcos, sendo misturado também a outros produtos mais baratos, garantindo a lucratividade da quadrilha. Os detalhes eram acertados na residência de um dos principais articuladores, em Guaíra.
O produto era armazenado em galpões de empresas e insumos agrícolas, onde os proprietários emitiam notas frias para a circulação dos caminhões. Os empresários também foram presos. Um despachante de Guaíra também foi preso sob acusação de usar “laranjas” para a venda de veículos usados no esquema, sem que o dinheiro passasse pelas contas dos integrantes da quadrilha.
Nos seis meses em que foram desencadeadas as investigações, foram apreendidas mais de dez toneladas de agrotóxicos. As provas contras os presos foram levantadas após a detenção de caminhões que realizaram o transporte. O produto era camuflado em meio a móveis usados ou sob toneladas de adubo. Pelo menos 26 pessoas estariam envolvidos no esquema. Foram expedidos 22 mandados de prisão e outros 18 de busca e apreensão, sendo recolhidos documentos, embalagens, rótulos, automóveis, caminhonetes blindadas e lanchas de luxo.
A PF não divulgou os nomes dos investigados, que são acusados de formação de quadrilha, contrabando, transporte e uso de agrotóxico e embalagens irregulares, sonegação e lavagem de dinheiro. A Justiça determinou, ainda, a apreensão de bens de cada envolvido no valor de até R$ 630 mil, para o pagamento de possíveis multas.