2007-01-26 14:15:00
O governo do Estado André Puccinelli tem tomado muitas medidas impopulares neste inicio de gestão. Pelos números econômicos e contábeis apresentados percebemos que realmente é necessário haver cortes de gastos e contenção de despesas. O salário de dezembro, que ainda não foi pago (mas será feito conforme anuncio do governo em 31 de janeiro), causou um impacto negativo na economia, porque é um dinheiro que deixou de circular. Outra medida que pegou muita gente de surpresa e causou bastante preocupação é o corte de 57% das bolsas universitárias. O que é difícil compreender é se realmente é necessário e justo todo esse arrocho.
O Estado vive uma situação de desequilíbrio financeiro desde quando foi feita a divisão do Estado há quase 30 anos. De lá para cá, a situação piorou, porque nenhum governo, ou não se preocupou, ou não teve capacidade de sanar essa deficiência econômica, onde o Estado gasta mais do que arrecada. O Zeca assumiu com uma dívida com a União em 2 bilhões e entregou após oito anos o Estado com uma divida de R$ 8 bilhões. Hoje, segundo dados do governo André, o Estado trabalho com um déficit de R$ 50 milhões por mês. Ou seja, se não houver o arrocho a dívida só vai crescer mesmo.
O que se questiona é até onde os cortes estão sendo feitos com justiça? Quem está pagando a conta pelo equilíbrio financeiro? A Lei de Responsabilidade Fiscal, e a própria Justiça tem que punir o governador Zeca do PT, se ele realmente deixou rombo nas contas do Estado como se divulga. Como não pagar a folha de dezembro, por exemplo, aos professores, se o recurso é do Fundef e vem exclusivo para isso? A sociedade precisa cobrar essa questão. Essa LRF funciona mesmo ou é só uma ficção?
Os universitários do Estado que são atendidos pelo programa Bolsa Universitária mantido pelo governo estadual estão sendo penalizados por causa do arrocho nas contas. De um total de 1.040 estudantes, 57%, ou seja 597 universitários espalhados pelo estado já estão com a ajuda cortada. Muitos não terão como dar continuidade aos estudos. É justo? Cortar recursos de uma área tão importante e essencial para mudar o futuro de um cidadão?
Ao mesmo tempo em que vemos esse arrocho do governo do Estado tentando equilibrar as finanças para poder governar direito o Mato Grosso do Sul, vemos o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Claudionor Abss Duarte, informando que vai recorrer à última instância para garantir o pagamento de verbas indenizatórias a juizes e desembargadores, sobre um salário que já passa dos R$ 20 mil. Por que os universitários também não tem esse direito garantido para pagar seus estudos? É a desigualdade social, e no fim de tudo, somos nós que pagamos essa conta com impostos e tributos altíssimos.