2007-01-14 09:30:00
Vilson Nascimento
Mesmo com o envio, na noite de ontem, do fax com a decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, negando o pedido para sepultar a indígena Churete Lopes na Fazenda Madama onde foi morta na manhã de terça-feira, que era uma das exigências do grupo, os indígenas guarani-kaiowá que estão bloqueando a rodovia MS 289 que liga Amambai a Coronel Sapucaia, bloqueada desde a manhã de sexta-feira não liberaram a rodovia e afirmam que só vão retirar o bloqueio após a presença do Procurador da República Charles Stevan da Mota Pessoa.
O grupo, que bloqueou a via como forma de protesto pelo parecer negativo da Justiça Federal de Ponta Porã em relação ao enterro de Churete na Fazenda Madama, tinha, entre suas reivindicações, na tarde de ontem, sábado, receber no local do bloqueio, um fax decisão da Desembargadora Suzana Camargo do Tribunal Regional Federal da 3ª Região em São Paulo que também negou na sexta-fera a noite, a autorização para que a indígena fosse sepultada na fazenda que foi ocupada por um grupo de indígenas na madrugada de sexta-feira, 5 e desocupada a força por um grupo de brancos fortemente armados, na manhã da última terça, feira, onde ocorreu o confronto que resultou na morte da anciã indígena.
Situação no Local
Os indígenas estão bloqueando a pista da rodovia MS 289, principal via de acesso a Coronel Sapucaia na fronteira com o Paraguai utilizando pedaços de pau e com barreiras humanas. O corpo da indígena Churete Lopes, que foi assassinada com um tiro na região do tórax no início da manhã de terça-feira, 9, continua sendo velada no interior da reserva apesar de ter sido morta há seis dias.