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quarta-feira, 24 de abril de 2024

No Brasil, 90% dos autistas não recebem tratamento algum

2014-04-06 16:25:00

Estimativa da Ama (Associação de Amigos do Autista) divulgada esta semana revela que apenas 100 mil das cerca de 1 milhão de pessoas no país diagnosticadas com autismo recebem algum tipo de atendimento. O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi comemorado na última quarta-feira. As informações são da Agência Brasil.
Para a presidente da associação, Marisa Furia Silva, o autismo ainda é um assunto pouco abordado no Brasil e o processo de diagnóstico é complicado, uma vez que envolve diversos profissionais de áreas distintas.

"Estamos falando do espectro do autismo. Temos desde casos de extrema gravidade até casos de pessoas com inteligência normal, mas que também precisam de alguém que entenda o que está fazendo. Os casos mais leves não são tão simples", afirma.
Marisa também acredita que a maior parte das pessoas diagnosticadas com o transtorno no país está sem atendimento. Segundo ela, o avanço no diagnóstico precoce não basta. É preciso ampliar a rede de apoio à criança e à família. "A gente tem que pensar que é para a vida toda. Temos muitos adultos comprometidos hoje e a esperança é que, no futuro, isso não aconteça. O prognóstico de uma criança é muito melhor", destacou.

Dificuldades 
Aos 19 anos, Caio (nome fictício) faz cursinho pré-vestibular. Ele quer estudar e ser escritor. A mãe do rapaz, Inês de Souza Dias, elogia as habilidades do filho, mas não esconde a existência dos traços deixados pelo autismo: dificuldade de entendimento e de aceitação das regras sociais e falta de interesse por assuntos do dia a dia. "Caio tem interesses muito focados. Gosta de jogos e só quer falar sobre isso. Apesar de ser muito inteligente, não se interessa por assuntos cotidianos. Isso dificulta, por exemplo, o trabalho na escola. É uma batalha para conseguir que ele aprenda outras coisas", conta. 

"Ele tem também um déficit de atenção bem acentuado. Para o Caio, é difícil permanecer na mesma tarefa por muito tempo", completou. Segundo Inês, características do filho consideradas estranhas por muitos, como andar para lá e para cá e a conversa com ele mesmo, ajudaram a definir o futuro do rapaz. "Numa certa idade, ele falava alto e parecia que estava contando histórias. Perguntei o que ele estava fazendo e ele disse que estava brincando com a imaginação e contando uma história para ele mesmo. Perguntei se gostaria de transformá-la em um livro. E foi o que fizemos." Caio está entre os 10% dos autistas brasileiros que recebem algum tipo de tratamento.
 

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